quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Melhores e piores de 2009



Listinha básica dos melhores e piores filmes lançados nos cinemas do Brasil esse ano!


Melhores:

1- A Partida
2- Coraline e o Mundo Secreto
3- O Lutador
4- O Leitor
5- Anticristo
6- Entre os Muros da Escola
7- Leonera
8- Deixe Ela Entrar
9- Rio Congelado
10- O Equilibrista



Piores:

1- Transformers 2 - A Vingança dos Derrotados
2- Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
3- Simplesmente Feliz
4- O Menino da Porteira
5- Crepúsculo
6- Divã
7- Anjos e Demônios
8- Exterminador do Futuro - A Salvação
9- O Dia em que a Terra parou
10- Duplicidade


Não citei nenhum filme nacional entre os melhores desse ano, mas gostaria de citar os três que mais gostei: À Deriva, A Festa da Menina Morta e Tempos de Paz.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar

Avatar, o novo longa de James Cameron desde Titanic, ultrapassou as minhas expectativas quanto à tecnologia e recursos gráficos, mas me decepcionou um pouco quanto ao roteiro, especialmente na segunda parte do filme.

Quanto ao 3D, estou absolutamente maravilhada. Antes de iniciar a sessão achei que isso não seria algo determinante para minha análise do filme, pois o que mais me interessa é o roteiro e a narrativa. Mudei de idéia já na primeira cena.Que experiência fantástica ver um filme em 3D! Já estou querendo mais. Essa tecnologia valorizou demais e deu outra vida aos cenários e ao povo Navi criados pela equipe de Cameron e que são lindos, fantásticos e incrivelmente reais.

Avatar é um filme grandioso, de encher os olhos. Assim como foi Titanic. A história também é bem interessante, mas enfraquece a partir da metade, quando se rende aos velhos clichês, e o herói americano é então quem lidera o povo Navi na guerra contra os americanos maus e exploradores. Podia ser diferente... mas de qualquer forma, não enfraquece o filme, que possui tantas outras qualidades. Outro destaque é para e mensagem ecológica que ele passa e que realmente me atingiu. A valorização e integração do povo Navi à natureza em contraste com as máquina cinzentas e destruidoras criadas pelos humano é chocante e nos leva realmente a refletir.

Nota 9/10!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Abraços Partidos e Outros


O novo longa do aclamado diretor espanhol Pedro Almodóvar não é lá essas coisas... mas também não vou dizer que é ruim. Almodóvar mantém um estilo realista de filmar, que eu ainda não sei bem como definir, mas que é a marca do diretor e que me fascina. É uma composição de cores fortes e personagens complexos que são vistos muito de perto pela sua câmera e que me chamam muito a atenção.

Mas dessa vez achei que o roteiro deixou a desejar. O povo todo que estava no cinema ria sem parar de umas coisas que achei muito sem graça, como de uma cena de um filme que o protagonista exibe no final. Eu só ri mesmo da cena em que os personagens improvisam um roteiro de um filme de vampiros. Nem preciso dizer quantas referências e homenagens ao cinema o diretor prestou nesse filme, né? Tá concorrendo com Tarantino. O filme também é um culto à beleza de Penélope Cruz, sempre linda na tela. Pena que o papel não lhe dê tantas chances de mostrar também seu talento, como em Volver.
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Assisti pela primeira vez o filme Mar Aberto, de 2004 e adorei! Fiquei super revoltada com aquela situação, ainda mais por ela ser real. Eu morro de medo de mar, nunca mergulhei e nem pretendo. Agora menos ainda.
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Revi também essa semana O Silêncio dos Inocentes e Hannibal. Que contraste entre os dois!! O primeiro é absolutamente genial, o segundo chega a dar sono.
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Tá caindo um toró aqui.... melhor eu desligar o computer e me arrumar para Avatar!! Já comprei antecipadamente meus ingressos para hoje à noite e estou bem ansiosa...

domingo, 29 de novembro de 2009

Filmes do final de semana

Ops! Há tempos não posto nada aqui... dessa vez não vou tentar justificar nem atualizar minha lista dos útlimos filmes assistos. Mas quero comentar os filmes que vi nesse final de semana.


A Era da Inocência (2006): filme canadense de Denys Arcand (O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras). Infelizmente, esse não tem metade da qualidade dos outros filmes de Arcand. Não que ele seja ruim... mas é bobo. De forma alguma era necessário nos mostrar tantas vezes as fantasias do protagonista. Até porque elas não são nada especiais ou originais. A vida real, rotineira e desinteressante de Jean-Marc LeBlanc já tem força dramática suficiente para desenvolver uma boa história. Também achei meio bizarro aquela cidade medieval onde as pessoas assumem suas fantasias... mas vá lá... pelo menos é original.

Interessante mesmo são as histórias sofridas e absurdas que os clientes de LeBlanc lhe contam e sua reação. Mostra até mesmo o triste fim que levou Pierre (personagem de As Invasões Bárbaras) e seu casamento com aquela mulher insuportável. As melhores partes do filme são aquelas que se passam no local de trabalho de LeBlanc. A cena em que seu superior lhe chama a atenção por dizer que seu colega de trabalho (que é negro) "trabalha como um negro" é impagável. Segundo o filme, a língua francesa teria eliminado de seu vocabulário palavras como "negro" e "anão", devendo ser substituídas por "de origem equatorial" e "pessoa pequena", respectivamente. Por várias vezes, Denys Arcand aproveita para criticar política e hábitos quebecoises, como o fez em seus outros filmes.

Não posso deixar de dizer que o filme lembra em muitos apectos o Beleza Americana de Sam Mendes. Ambos os protagonistas levam uma vida burocrática e entediante, suas esposas possuem a mesma profissão e valores, e suas filhas adolescentes os desprezam. Os dois filmes ainda criticam a vida moderna e o capitalismo em seus países. Nota 6/10

A Eternidade e Um Dia (1998): filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 98. É um desses filmes difícil de analisar... difícil explicar porque gostei dele. É um dos filmes mais lentos que já vi, e no início fiquei me perguntando o que esse filme tinha demais pra ter ganhado prêmio tão nobre. Mas sem perceber fui me envolvendo e vi cenas que eu jamais esquecerei; e são justamente as cenas onde praticamente não há diálogo (na verdade, quase não há diálogo algum no filme), como a dos noivos dançando em praça pública, e principalmente a volta de ônibus que o protagonista faz com o menino refigiado que ele ajuda a cruzar a fronteira. São cenas de uma sensibilidade, beleza e musicalidade tocantes, e que dispensam qualquer ação ou conversa. Dirigido por Theo Angelopoulos. Nota 9/10

Amantes (2009): Amantes é um filme bom. Só isso. Como também é apenas bom o trabalho anterior (Os Donos da Noite) do diretor James Gray. É a história de um homem depressivo por causa de uma relação frustrada que agora se encontra dividido entre uma mulher que pode lhe dar um futuro mais estável e outra que lhe desperta a paixão mas é também problemática. As atuações são boas, os personagens são interessante e o filme é bem conduzido, mas é tudo muito previsível e sem muita originalidade. Nota 7/10

O Casamento (1975): Baseado na obra de Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor conta a história e os podres de uma família burguesa carioca às vésperas do casamento da filha (a linda Adriana Prieto, que morreu dias depois da filmagem). O filme mantém toda a força dramática do escritor e supreende o espectador a cada momento com a imprevisibilidade dos personagens. Apenas não gosto de algumas cenas que ficaram teatrais e cansativas demais no filme, como a que se passa na casa de um rapaz gay. No mais, um ótimo filme. Nota 8/10

Up- Altas Aventuras (2009): O início do filme é espetacular. A maneira como é contada a história de amor entre Carl e Ellie é extremente rápida, bonita e eficiente. Também é muito bacana a viagem de balão que Carl faz até a América do Sul. A aventura que ele vive lá eu já não achei assim tão interessante. Todos aqueles cachorros falantes e o vilão Charles Muntz não me causaram nenhuma emoção. Mas tem momentos bons e divertidos, principalmente a iteração do velho Carl com o menino Russel. Em termos de animação, Coraline ainda está imbatível esse ano!!! Nota 7/10


Eu Te Amo, Cara (2009): Comédia romântica (gay?) muito fraquinha... O filme todo é o Peter procurando um amigo para ser seu padrinho de casamento, já que ele só tem amigas mulheres. O único mérito do filme é que deixa o espectador se perguntando o tempo todo se ele é gay ou não. E essa é uma pergunta o filme não responde. Fora isso, os personagens parecem retardados mentais a maior parte do tempo... haja paciência!! Repetitivo e sem graça, esse filme de John Hamburg provoca mais sono do que divertimento. Nota 4/10!!

sábado, 17 de outubro de 2009

Últimos filmes

An Outpost of Progress (1982)- Assisti a esse filme em minha aula de literatura inglesa e não achei o título dele em português. Um filme interessante sobre a colonização na África, e que se tornou ainda melhor depois de sua análise junto ao conto em que se baseia. Nota 7/10

Desejo e Perigo (2007) - Além do ótimo roteiro e direção, a fotografia desse filme de Ang Lee é belíssima, impecável. Nota 10!

Anticristo (2009) - Não é nada fácil falar desse filme, principalmente quando se gosta de algo que quase todos acharam um completo horror. O fato é que depois do escândalo que ele causou em Cannes e a agressividade de certos jornalistas para com Lars Von Trier, eu esperava um filme sem pé nem cabeça e com fortes cenas de violência. Ok, a maneira como certas cenas são exibidas realmente chocam e é impossível sair de falar dizendo que elas são ótimas. Mas o filme cria um suspense psicológico e inteligente entre os dois protagonistas. Lars Von Trier não precisa dar sustos no espectador para criar o horror, o suspense e o medo. Os atores estão excelentes (Charlotte Gainsbourg fez por merecer seu prêmio de melhor atriz em Cannes) e a maneira como tudo é filmado é muito interessante. Adorei aquele prólogo, é uma das cenas mais fortes que já vi no cinema; e o diretor já inicia seu filme com ela. Por sempre inovar e surpreender sem decepcionar (sim, eu gostei de O Grande Chefe), Lars Von Trier continua sendo um dos meus diretores favoritos. Nota 8/10.

A Outra História Americana (1998) - Acho que já falei desse filme aqui no blog. Gosto dele. Ele discute temas importantes, e, principalmente, a questão da reflexão. Não deve ser nada fácil defender alguma coisa a vida inteira, tatuar seu corpo com esses ideais e depois voltar atrás. Com inteligência e bons diálogos, o filme retrata esse processo. Além disso, trata do tema do preconceito. Nota 8/10.

Garotos de Programa (1991) - Se há uma coisa para a qual não tenho muita paciência é para os estilo de vida de bêbados e artistas metidos a intelectuais, modernos e superiores. Ainda que esse seja um bom filme, para mim ele só se tornou interessante a partir da metade. Nota 7/10.

Meu Pé Esquerdo (1989) - É um filme bonito, emocionante e que nos presenteia com mais uma magnífica performance de Daniel Day-Lewis. Entretanto, enquanto cinema, ele é bem tradicional e esquemático. Nota 8/10

4 meses, 3 semanas e 2 dias (2007) - Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2007, esse filme Romeno trata de uma maneira direta o tema do aborto e suas implicações. Extremamente realista, trata-se de um filme marcante. Nota 8/10.

Deixa Ela Entrar (2008) - Esse filme vem conquistando sucesso entre os admiradores (e eu me incluo) de filmes de vampiros. Pudera... depois do péssimo Crepúsculo, nada melhor que um vampiro (ou uma vampira) de verdade, que gosta de sangue e de vingança. Esse ainda é bem diferente e inteligente, abordando com sutilieza temas sobre o amadurecimento e a solidão. Nota 9/10.

Era Uma Vez... (2009) - Um romance adolescente entre um garoto bom da favela e uma moça rica de Ipanema. Nada demais, mas o filme é simpático. E, como o título justifica o conto de fadas... Nota 7/10

A Jóia do Nilo (1985) - Enquanto Tudo por Uma Esmeralda mereceu uma honrosa nota 9, sua continuação, essa bomba chamada A Jóia do Nilo, não merece mais do que nota 3. Uma queda de qualidade significativa. O filme tenta impressionar aumentando absurdamente o número de coadjuvantes e explosões, e acaba provocando sono e tédio em quem assiste. Nota 3/10.

Drugstore Cowboy (1989) -É um filme é legal. Gosto principalmente das atuações. Fica em algum lugar entre o melhor que já vi de Gus Van Sant (Elefante) e o pior (Últimos Dias). Nota 7/10

O Novato (2003) - Será que Al Pacino não se cansa de fazer esse papel de policial que sabe tudo nesses filminhos medianozinhos? Esse não passa de um filminho de sessão da tarde, para quando a gente não tem nada melhor pra fazer. Nota 6/10.

A Vida de David Gale (2003) - Um bom suspense, com ótimos atores (Kate Winslet, Kevin Spacey e Laura Linney). Nota 7/10.

Divã (2009) - Lília Cabral é uma ótima atriz, mas o roteiro fraquinho e sem originalidade não salva o filme. Nota 5/10.

Os Vivos e os Mortos (1987) - Mais um filme da minha aula de literatura inglesa. Bastante fiel ao conto em que se baseia, o filme consegue nos transportar para a atmosfera fúnebre daquele baile em Dublin. Nota 7/10.

Duplicidade (2009) - Que filminho fraco... e aquela musiquinha tema de espionagem que tive que aguentar o filme inteiro cansou a minha beleza. Nota 5/10.

Fuga de Alcatraz (1979) - O velho Clint Eastwood em ação. Bom filme. Nota 8/10.

Half Nelson (2006) - Filme muito bom e com bastante elementos a serem analisados. Tantos que estou com preguiça de fazer isso agora. Nota 7/10.

Barton Fink - Delírios de Hollywood (1991) - Comédia dos Coen com John Turturro e John Goodman. Nota 8/10.

A Vingança de um Pistoleiro (1965) - A vingança mesmo ficou faltando. Coisa de tradução de títulos para o português... mas o filme é um ótimo exemplar do gênero faroeste. Com Jack Nicholson no elenco. Nota 8/10.

O Mundo de Jack e Rose (2005) - Muito forçadas as cenas e as situações vividas pelos personagens desse filme. Nota 6/10.

Zuzu Angel (2006) - Impressão minha ou os figurinos de Patrícia Pillar chamam mais atenção do que a própria história? O filme é bom enquanto registro da luta de Zuzu Angel pelo esclarecimento da morte de seu filho e registro do clima da época da ditadura. No mais, a narrativa é bastante superficial. Nota 6/10.

A Bela Junie (2008) - Filme muito bom e com uma linda fotografia. Nesse filme de Christophe Honoré o universo adolescente não é nada aborrecido, pelo contrário, é instigante e repleto de significados. Talvez pela seriedade desses personagens, que destoam completamente dos adolescentes americanos que costumamos ver em filmes. Nota 9/10.

Verônica (2009) - A história é legalzinha. O problema é a velha estereotipação dos personagens. Chega a ser irritante ver o policial malvado colocar óculos escuros e sair andando após ameaçar alguém. Mas o filme tem seus bons momentos. A correria da personagem de Andréa Beltrão durante o filme chega a lembrar o ótimo Corra Lola Corra. Nota 7/10.

domingo, 13 de setembro de 2009

Últimas

Em Veneza, o filme Lebanon, de Israel, levou o Leão de Ouro. O Leão de Prata foi para o alemão Zanan Bedoone Mardan (Women Without Men). O prêmio de melhor atriz ficou com Ksenia Rappoport, pelo filme italiano La Doppia Ora, e Colin Firth ficou com o prêmio de melhor ator pelo americano A Single Man.

Eu queria assistir a Up hoje, mas não há nenhuma sessão legendada aqui em BH!! Vou esperar sair em DVD...
Felizmente, há vários outros filmes que parecem interessantes em cartaz por aqui, como Gigante, Bem-Vindo, Horas de Verão e Almoço em Agosto. É uma boa oportunidade pra eu quebrar minha sequência de filmes amerianos.
Depois posto aqui a minha escolha!

Tudo Errado

Dos filmes que eu esperava assistir no Indie 2009, somente um eu consegui ver: Kaledo, de Brillante Mendoza. Um filme bom, interessante, mas que deve ser o pior dele que estava na mostra, pois dos outros eu ouvi comentários fantásticos. Enfim... compromissos familiares diversos me impediram de assitir aos outros.
Depois desse filipino, uma sequência de filmes americanos. Segue a lista:

Kaleldo (Brillante Mendoza) - 7/10
Amadeus (Milos Forman) - 10/10
O Destino do Poisedon (Ronald Neame)- 7/10
Ali (Michael Mann)- 8/10
O Expresso da Meia-Noite (Alan Parker)- 10/10
Daisy Miller (Peter Bogdanovich)- 7/10
Tudo por Uma Esmeralda (Robert Zemeckis)- 9/10
Conspiração Tequila (Robert Towne)- 6/10

Kaleldo

sábado, 5 de setembro de 2009

Indicados brasileiros ao Oscar 2010

Filmes selecionados:

Besouro (João Daniel Tikhomiroff)
Síndrome de Pinocchio (Thiago Moyses)
A Festa da Menina Morta (Matheus Nachtergaele)
O Menino da Porteira (Jeremias Moreira)
Se Nada Mais der Certo (José Eduardo Belmonte)
Budapeste (Walter Carvalho)
Feliz Natal (Selton Mello)
Jean Charles (Henrique Goldman)
Salva Geral (Sérgio Rezende)
O Contador de Histórias (Luiz Villaça)

Desses, eu só vi A Festa da Menina Morta , O Menino da Porteira e Feliz Natal. Por enquanto, eu torço pro filme de Matheus Nachtergaele, e torço totalmente contra O Menino da Porteira, que é fraquíssimo e mais parece um capítulo de novela das seis.

O resultado sai dia 18 de setembro.

Indie 2009

Estando em dia com meus trabalhos da faculdade, vou finalmente ter um final de semana e feriado dedicados aos filmes. Já passei na locadora e enchi a sacola!

Melhor ainda que vai ter Indie!! A programação desse ano está bem legal, e acho até que eu não vou me arriscar muito, mas pelo menos vou tentar ver filmes sem previsão de estréia por aqui.
Hoje vou tentar ver Kaledo do filipino Brillante Mendonza. O filme de amanhã meu marido que vai escolher... e na segunda quero ver Tokyo!.

Os mais badalados do festival mesmo são Gigante, Anticristo, e Bem-Vindo. Tenho esperanças que esses estreiem por aqui algum dia, e portanto não vou me aventurar nessas filas.

A programação do festival pode ser conferida em:
http://www.indiefestival.com.br/

De "Transformers 2" a "A Partida"

Segue a lista dos últimos filmes a que assisti desde "Lanternas Vermelhas", ordenados do melhor para o pior.



A Partida (10)

Asas da Liberdade (10)


Scarface (10)


O Piano (10)


O Sexto Sentido(10)


Frost/Nixon (10)


O Equilibrista (9)


Valsa com Bashir (9)


Terra Estrangeira (9)


Lobo (9)


Rio Congelado (8)


Touro Indomável (8)


O Casamento de Rachel (8)


Inimigos Públicos (8)


A Teta Assustada (8)


Caramelo (8)


Tempos de Paz (8)


A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (8)


A Queda da Casa Usher (8)


O Fantasma de Canterville (8)


Nome Próprio (7)


3 Macacos (7)


Katyn (7)


A rainha Margot (7)

O Visitante (7)


Um Conto de Natal (7)


Terror em Amityville (7)


Corpo Fechado (7)


Força Policial (7)


Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (7)


Presságio (5)


Um Ato de Liberadade (5)


O Menino da Porteira (4)

Simplesmente Feliz (3)


Transformers 2 -A Vingança dos Derrotados (1)

sábado, 11 de julho de 2009

Coraline e outros

Acabo de assistir a Coraline e o Mundo Secreto em dvd e estou absolutamente encantada. Adorei os personagens, o enredo, o contraste entre os dois mundos, as cores, a trilha sonora... tudo! Mas principalmente essa mistura do mundo infantil com o clima sombrio de suspense e muito mistério. A cena de abertura do filme já é perfeita, com aquela boneca sendo retalhada e depois recriada.
Também revi hoje O Lutador, do ótimo Darren Aronofsky. Sempre achei que um filme sobre luta livre jamais iria me interessar, mas esse não é um filme assim tão simples... seu personagem é complexo e muito carismático, apesar de vermos, ao longo do filme, todo seu lado ruim.

Outros filmes que vi foram: Veludo Azul, do David Lynch e Sob Controle, de sua filha, Jennifer Lynch. Acho que ela ainda tem muito o que aprender com o pai... Sob Controle é uma porcaria: previsível, sem graça, e com personagens aborrecidíssimos. Casal de assassinos que se preze foi o dirigo por Oliver Stone em Assassinos por Natureza.

Por fim, assisti também ao excelente drama oriental Lanternas Vermelhas, filme de 1992.

Vou agora ao cinema encarar Transformers 2 - A Vingança dos Derrotados. Orem por mim!


sábado, 4 de julho de 2009

Últimos filmes

Dúvida (2008): Ótimo filme com ótimos atores. Cada vez mais me impressiona a atriz Amy Adams, que neste filme consegue roubar a cena mesmo de Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman. Tem ainda a participação especial de Viola Davis, que, assim como Adams também ganhou uma indicação ao Oscar deste ano. Nota 10!

Leonera (2008): Impressionante esse filme de Pablo Trapero que nos prende junto com sua protagonista dentro de um presídio feminino, numa ala especial para mulheres com filhos até 4 anos de idade. Com a excelente Martina Gusman, acompanhamos as mudanças por que passa a complexa protagonista da história ao longo de quatro anos. Nota 10!


Uma Rua Chamada Pecado (1951): Marlon Brandon, Vivien Leigh, Kim Hunter e Karl Malden em uma obra prima de Elia Kazan, baseada na peça A Street Car Named Desire, de Tenessee Williams. Assisti ao filme na minha aula de Literatura Inglesa, onde depois tive a oportunidade de participar de uma análise da obra. Justamente na mesma semana em que morre Karl Malden, com 97 anos... Nota 10!


Operação Valquíria (2008): Este vem para quebrar minha sequência de filmes nota 10. Não passa de um filme mediano, com atuações medianas e uma trama que que ridiculariza a atuação de um grupo de nazistas que tenta em vão matar Hitler. Só se torna mais interessante no último ato. Nota 6/10


O Menino do Pijama Listrado (2008): Enquanto Operação Valquíria não nos acrescenta em nada com relação ao nazismo alemão, o Menino do Pijama Listrado já nos faz ver essa época sob o olhar de duas crianças: Bruno, filho de um oficial nazista responsável por um campo de extermínio de judeus, e Schmuel, um judeu que vive no campo de concentração. Inocentes e livres do ódio entre os dois povos, eles se tornam amigos. O corajoso final da história é algo que faz esse tocante de filme de Mark Herman ser marcante. Nota 8/10


Fair Play (2006): Gosto muito de filmes sobre ambiente de trabalho de empresas, como O Que Você Faria, O Corte e O Closet. Esse francês Fair Play não fica atrás, e é muito original ao associar os duelos entre os funcinários de uma empresa aos duelos do esporte. O filme surpreende ainda ao se transformar em um ótimo suspense no seu último ato. Nota 8/10


Matadores de Velhinha (2004): Comédia dos irmãos Coen com muitos momentos bons, e outros nem tanto. O personagem de Tom Hanks e sua dinâmica com os colegas criminosos por vezes se tornam cansativos, mas Irma P. Hall, a velhinha, e seu falecido marido (presente apenas em fotografia) são ótimos. Nota 7/10.



Karl Malden - 1912 - 2009

domingo, 28 de junho de 2009

Tristeza

Michael Jackson 1958 - 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sem Coragem

Filmes que eu não tenho coragem de assistir:


A Festa da Menina Morta



Esse com certeza não é filme fácil de ser digerido. Eu o assisti no domingo à noite, e até agora ele não saiu da minha cabeça. E por ele me fazer pensar tanto, já o considero bom. Saí da sessão sem palavras, sem consegui fazer um comentário.
São pelo menos dois personagens muito complexos. Primeiro o Santinho (Daniel de Oliveira): um jovem perturbado que tem uma relação de incesto com o pai, tem medo de colocar os pés na rua, vive em um ambiente clautrofóbico, mas é venerado e tido por milagreiro na região da sua pequena e pobre cidade. O segundo é Tadeu (Juliano Cazarré), irmão da tal "menina morta". Esse, ao contrário de todos, duvida milagre, mas ainda assim demonstra respeito pelo Santinho, e esse seu conflito pessoal o faz sofrer imensamente.
O filme de estréia de Matheus Nachtergaele na direção fala sobre crenças, rituais, sofrimento, comunidade, esperança e dor. Me pareceu um filme fechado, como se nós não pudéssemos nos intrometer naquela história. Talvez devido à maneira como o povo daquela cidade lida com essa situação. O que para nós parece descabido para eles é natural. O tom de realidade que Nachtergaele emprega nos faz crer que para eles aquilo é realmente natural, e que nós, de fora, temos de aceitar. Somos observadores.
Nota 8/10

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sumida do Blog

Pois é, estou mais sumida do que nunca. E até o final das minhas aulas no curso de Letras vou aparecer pouco por aqui.... em julho eu espero poder escrever mais sobre os filmes que assisto, o que eu gosto muito de fazer.

Desde meu último post assisti a 26 filmes, a maioria mais antigos (a minha lista de filmes clássicos e antigos que preciso ver ou rever só aumenta...). No cinema mesmo fui só três vezes. Assisti Wolverine (bem mais ou menos), Che - O Argentino (bom, muito bom) e Exterminador do Futuro - A Salvação (ruim, muito ruim). Os outros eu vi em DVD mesmo. Segue a lista completa com as notas:

Nem Parece Minha Irmã 7/10 - sempre vale a pena ver Isabelle Huppert.

Todos Dizem Eu Te Amo 7/10 - legalzinho, apesar de ter Drew Barrymore no elenco.

Procedimento Operacinal Padrão 8/10 - Interessante e chocante.

Os Donos da Noite 7/10 - Bom e nada mais. Tema já meio batido...

Meu Irmão é Filho Único 8/10 - Interessante filme de arte italiano.

X-Men Origins: Wolverine 7/10 - Puro entretenimento. Nada demais.

Quase Irmãos 4/10 - Quero matar quem me indicou esse filme.

Os Incompreendidos 10/10 - esse dispensa comentários.

A Nova Onda do Imperador 8/10 - muito divertido.

Fatal 7/10 - Filme morninho... dá um soninho... mas é bom.

O Aborto dos Outros 8/10 - Documentário brasileiro que explora bem o tema do aborto.

Marley e Eu 8/10 - Uma das melhores comédias românticas dos últimos tempos.

A Cor do Dinheiro 9/10 - Elenco e diretor que dispensam comentários.

Ninho Vazio 7/10 - Bom, mas esperava mais.

Che - O Argentino 8/10 - Filme sério, forte e muito bem feito.

O Closet - 8/10 - Divertida comédia francesa que não abusa dos clichés e nos faz pensar.

Os Garotos perdidos - 7/10 - Se eu fosse adolescente hoje teria dado nota 10.

O Grande Lebowski - 8/10 - Os irmãos Coen realmente sabem criar personagens carismáticos e marcantes.

O Homem Elefante - 10/10 - Triste, triste... mas lindo.

O Leitor - 10/10 - Gostei ainda mais do que a primeira vez que eu o vi.

A Dama das Camélias - 10/10 - Impecável Isabelle Huppert.

Narradores de Javé - 10/10 - Ótimo. Porque mesmo eu não vi esse filme antes?

A Profecia 8/10 - Clássico do suspense.

Nada é para Sempre 8/10 - Adoro esses filmes que falam de família....

Exterminador do Futuro - A Salvação 5/10 - Que perda de tempo!

Mr. Vingança 8/10 - Felizmente, de Park Chan-Wook sempre podemos esperar algo totalmente diferente.

Mil Anos de Oração - 7/10 - Delicada relação entre pai e filha... já falei que gosto de filmes com temas familiares?

Narradores de Javé


domingo, 26 de abril de 2009

Atraso

Sempre que as coisas apertam na faculdade o blog é sacrificado.
Só para constar então, farei uma lista dos últimos filmes que assisti desde Entre os Muros da Escola. Espero em breve voltar a postar comentários.

5 Frações de Quase uma História 7/10

Parente é Serpente 8/10

A Duquesa 7/10

Encarnação do Demônio 5/10

Encontro Marcado 10/10

Taxi Driver 9/10

Clube da Luta 10/10

Madagascar 2 7/10

O Segredo do Grão 10/10

As Aventuras de Molière 6/10

O Homem que não estava lá 7/10

Gran Torino 8/10

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei 6/10

Terra Vermelha 8/10

Austrália 4/10

O Dia em que a Terra Parou 5/10

Rede de Mentiras 7/10

Crepúsculo 4/10

Feliz Natal 8/10

Baby Love 8/10



O Segredo do Grão

sábado, 28 de março de 2009

Filmes

Entre os Muros da Escola


Entre os Muros da Escola (2007): Ótimo filme. Vencedor da Plama de Ouro do festival de Cannes de 2008, vem para retratar de forma definitiva a difícil relação entre professores e adolescentes na sala de aula. Um aspecto meio documental, atores amadores e uma realidade presente no mundo todo. Essa sala de aula bem poderia estar situada em uma escola municipal brasileira, ao invés de estar em Paris.


Nota 8/10


5 Frações de Quase Uma História (2008): Projeto brasileiro filmado por vários diretores em Belo Horizonte. Trata-se de um filme regular, que, com altos e baixos, nos conta 5 histórias. A primeira e a última são de fato as melhores. A primeira devido à grande atuação de Leonardo Medeiros interpretando um fotógrafo obcecado por pés femininos. A fotografia em preto-e-branco é interessante por fazer o filme reproduzir as lentes do personagem. A última história é um inusitado e divertido desfecho para o filme.


Nota 7/10


Parente... é Serpente (1992): Comédia italiana muito interessante. Começa com uma reunião de família no natal, com todos se esforçando para que a data seja comemorada com harmonia, alegria e amor. Mas quando a matriarca anuncia que um dos quatro filhos deverá acolher a ela e ao marido para o resto da vida, começa uma verdadeira guerra entre os irmãos. Comendo e falando o tempo todo, essa animada família nos oferece bons momentos de diversão.


Nota 8/10


A Duquesa (2008): Filme morno e muito parecido com o Maria Antonieta de Sofia Coppola, que ainda é mais interessante que esse longa de Saul Dibb. Apenas conta a história da vida de uma duquesa (Keira Knightley) que se casou por um homem (Ralph Fiennes) que não a amava e a traía, e acabou se apaixonando e tendo um caso com um antigo amigo (Dominic Cooper). No final, ela tem que optar entre seu amante e seus filhos. A história é baseada em fatos reais.


Nota 7/10


Encarnação do Demônio (2008): Último filme de José Mojica Marins, ganhador de diversos prêmios de cinema. Ainda que não seja nenhuma super produção, muito pelo contrário, consegue oferecer momentos assustadores devido às terríveis torturas comandadas pelo Zé do Caixão e às alucinações que o pertubam. Mas o roteiro se perde várias vezes e é infantil em muitos momentos, especialmente os da caçada dos policiais ao coveiro. Imagine... apenas dois policias vingativos procurando o criminoso mais cuel da cidade, e se dando mal o tempo todo. Mais parece filme dos trapalhões. Não convence.


Nota 5/10


sábado, 21 de março de 2009

Três últimos filmes

Watchmen


Medos Privados em Lugares Públicos (2006): Hum... gostei, mas realmente esperava mais. Na verdade, a única coisa que eu sabia é que ele era francês e que foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Não pude assistí-lo no cinema e estava ansiosa para que ele saísse em DVD. O que causou minha pequena decepção foi a velha fórmula das histórias paralelas, mas que se encontram algum ponto. Neste caso, há sempre um personagem ligando uma história, ou melhor dizendo, um drama a outro. São histórias tristes, que discutem o tema da solidão. Todos os atores estão ótimos, e é o que há de mais marcante nesse longa de Alain Resnais. Adorei o título em português.


Nota 7/10



Watchmen (2009) : Esse é no mínimo diferente. Me surpreendi muito ao perceber que era um filme para adulto, e que fui tratada como tal. Não posso dizer muito sobre um filme baseado em uns quadrinhos que eu nunca li. Mas vou tentar assim mesmo... é um filme regular. Apesar de longo, nunca é cansativo. Ação, envolvimento entre os personagens e reflexão estão presentes nesse longa que, felizmente, parece não ter pressa e gasta o tempo necessário para tentar contar a história de um grupo de heróis aposentados, não deixando muito perdido quem não conhecia os quadrinhos (como eu). É um filme que abusa da violência e exibe cenas realmente chocantes, embora eu entenda que isso é necessário para melhor compreensão dos personagens. Fotografia e efeitos visuais nota 10. As cenas em marte e a perfeição do Dr. Manhattan (aliás, um personagem interessantíssimo) são dignas de nota. No mais, alguns clichés típicos do gênero. Também não gostei daquela história do Ozymandias na Artártida, que surgiu muito repentinamente para dar um desfecho à história, com direito à ouvirmos da boca do vilão o seu plano. Mas no geral, um filme interessante.


Nota 7/10


Busca Implacável (2008): Achei forçada a desculpa para criar a situação que levaria Bryan Mills (Liam Neeson) à sua busca desesperada por encontrar sua filha raptada em Paris. Seria melhor se ela não tivesse sido sequestrada tão rapidamente, só para dar razão à neurose do pai. Um filme nada surpreendente, mas que, devido à velocidade dos acontecimentos, à tensão que ele desperta, à convincente atuação de Neeson e à sua curta duração, consegue não nos fazer sofrer.


Nota 6/10

domingo, 8 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

Programas de auditório de perguntas e respotas valendo dinheiro fazem sucesso no mundo inteiro. O programa que conduz a história do filme vencedor de nada menos que o Oscar de melhor filme e melhor diretor (entre outros) de 2009, Quem quer ser um milionário?, tem um formato bem parecido com o que conhecemos bem aqui no Brasil: o "Jogo do Milhão", apresentado pelo lendário Silvio Santos no SBT.
A história se passa na Índia, onde o jovem Jamal resolve participar do programa para tentar a sorte e conquistar a mulher que ama. A resposta para cada pergunta que lhe é feita está em incidentes do seu passado. Alguns interessantes, outros nem tanto. E assim, enquanto ele vai acumulando rúpias, a história de sua vida é narrada.
Ainda que o filme use o programa para nos levar a fatos da vida de Jamal (Dev Patel), o que é mais interessante mesmo é a dinâmica entre Jamal e o antipático apresentador do programa (Anil Kapoor), que insiste em, discretamente, humilhá-lo, chamando-o de "menino de chá" ou "auxiliar de telemarketing".
O filme explora bem o tema da esperança. Ver um menino pobre e ignorante prestes a ganhar o maior prêmio já concedido por um programa de televisão representa para o povo a esperança, a fé, e dá ânimo para seguir a vida. Todos (ricos, pobres, o pessoal do programa, seus colegas de trabalho, os espectadores do programa e do filme) torcem por Jamal. E o final não trai as expectativas.
Quanto a história de Jamal, não supreende tanto. Pelo menos não a nós, brasileiros. Vivemos cercados de meninos como o Jamal e a temática da favela no cinema já é batida por aqui. Temos, aliás, o melhor que já foi feito nessa área: Cidade de Deus. Por mais que Danny Boyle deteste a comparação, ela é inevitável. E eu acho que ser comparado a Cidade de Deus é motivo para grande orgulho.
Gostei muito de Quem quer ser um milionário?, mas não acho que ele era o melhor candidato à estatueta (Milk pra mim, é o melhor). Mas também não achei ruim ele ter ganhado. É um filme original, divertido, envolvente e interessante. E o melhor é que ele é algo bem diferente daquilo que a academia costuma premiar: ele se passa na índia, não é falado em inglês o tempo todo e não tem um elenco de estrelas.
Nota 8/10

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Milk - A Voz da Igualdade



Esse último trabalho de Gus Van Sant realmente me agradou muito. Ele retrata muito bem a luta do ativista Harvey Milk pelos direitos dos homossexuais sem deixar de lado a vida pessoal, os sentimentos e motivações do protagonista.

A luta de Harvey começa em 1970, quando ele faz 40 anos e percebe que nada fez do que possa se orgulhar. Ele inicia então um movimento gay em São Francisco para mostrar a força desse grupo. Ele briga pelos direitos dos homossexuais e contra o preconceito. Não é uma luta fácil, mas Harvey passa a dedicar sua vida a esse movimento, se desgastando emocionalmente pelas constantes derrotas ao tentar obter um cargo público, perdendo o homem que ama e colocando em risco a sua vida.

Mickey Rourke que me desculpe (até então eu achava que era ele quem merecia o Oscar), mas Sean Penn está brilhante. Ele extravaza emoção, força e coragem. Sofremos e comemoramos junto com ele cada derrota ou vitória conseguida. Seus inflados discursos sobre igualdade dos homens e apoio às minorias soam tão verdadeiros, que seria impossível não aderir à causa.

Gus Van Sant ainda insere ao longo do filme algumas imagens reais do conflito entre Milk e preconceituosos líderes religiosos, dando ainda mais veracidade à história e nos aproximando mais do universo de Milk, o que é essencial para o sucesso do filme. A fotografia bastante realista também contribui para isso.

Gus Van Sant fez um bom trabalho (embora ainda não supere o maravilhoso Elefante), ainda que ele não resista a uma ou outra ceninha hollywoodiana. Não se pode dizer que ele fez algo super original, mas certamente é um filme que emociona, com um bom roteiro, boa fluidez e um tema nunca desgastado.

Nota 10!!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Últimos filmes

Desde que Otar Partiu


Vestida para Casar (2008): uma bomba! Cliché e nada convincente. Muito desinteressante mesmo... não que eu não curta casamentos, mas daí a ver um filmes onde os protagonistas ficam discutindo qual é a parte do casamento que eles mais gostam já é demais! Gosto de Katherine Heigl. Ela é carismática e acho que ela tem potencial. Só espero que ela não se especialize em comédias românticas. Nota 4/10.


Lemon Tree (2008): ótimo filme. Uma humilde camponesa árabe que, na luta por proteger seus limoeiros que estavam ameaçados de ser cortados só por causa da segurança de um político israelense, acaba causando um conflito de interesse internacional. Filme que expõe o ridículo da neurose das autoridades com o terrorismo. Nota 9/10.


[REC] (2007): Assim como A Bruxa de Blair e Cloverfield, [Rec] é todo filmado com a câmera na mão de um dos personagem (embora esse a gente não veja em momento algum). É uma técnica que nos coloca bem perto dos atores e dos seus medos, já que nada sabemos além deles. Histeria, tensão e um mistério que é mantido até o final. Nota 8/10.


Luz Silenciosa (2007): Quem mais gostou desse filme com certeza foi seu diretor de fotografia. O filme é 70% fotografia. Os outros 30% é uma história delicada e interessante sobre relações humanas, apesar do final bizarro. O desenvolvimento é muito lento, e dá preguiça e sono em quem assiste. O início do filme já começa assim: um amanhecer de 5 minutos, com a câmera imóvel focada numa paisagem campestre, apenas com sons diegéticos. Zzzzz... Nota 5/10


Desde que Otar Partiu (2003): Que personagens adoráveis, vivendo uma história linda, triste e alegre ao mesmo tempo! Estou apaixonada por esse filme de estréia da diretora Julie Bertucelli. História de três gerações de mulheres enfrentando unidas a vida difícil na Geórgia enquanto esperam por notícias de Otar, filho da matriarca Esther, que vive em Paris. Filme sensível, realista e muito bem feito. O elenco é nota 10, assim como o filme todo. Nota 10!


Guerra dos Mundos (2005): Filme que começa mal e termina mal. Às vezes não dá pra entender o que se passa na cabeça de Spielberg. Apesar da narração inicial, não ficam claras as motivações dos alienígenas ao invadirem a Terra e não há uma preparação para o fim que estes levam. Não que não seja convincente o final, mas foi repentino. O jovem Robbie e sua obssessão pela guerra dá preguiça, e Dakota Fanning (A Bússula de Ouro) mostra mais uma vez que é insuportável. Só não posso negar que apesar de tudo o filme é envolvente, e que é muito boa a cena em que Ray (Cruise), Rachel (Fanning) e Ogilvy (Tim Robbins) escapam da perseguição de uma das sondas do alienígena. Nota 5/10


Max Payne (2008): Filme de ação mediano em clima noir, que se salva por manter um misteriosinho que vai sendo desvendado aos poucos. Não é original, não tem nada demais, mas que também não dói. Nota 7/10.


Última Parada - 174 (2008): Esse último filme do brasileiro Bruno Barreto conta a história da vida de Sandro do Nascimento, o assaltante que protagonizou na vida real o assalto a um ônibus da linha 174 no Rio de Janeiro. Filme algum irá jamais superar o que o todo o Brasil pode acompanhar ao vivo pela televisão. Mas voltando ao filme... uma narrativa tradicional, mas suficiente para nos mostrar quem era o Sandro e seu complicado perfil psicológico moldado pela vida dura de menino de rua. Como filme, é mais ou menos, deixa a desejar. Para quem quer saber mais sobre essa história, recomendo mais o documentário Ônibus 174 de José Padilha. Nota 7/10.


Caos Calmo (2008): Filme bem bobinho de Nani Moretti (O Quarto do Filho), salvo apenas pela intensidade do mesmo como protagonista. Me lembrou muito o recente Nossa Vida sem Grace, protagonizado por John Cusack e conta a história de uma pai que, após perder a esposa, tem que cuidar de si e das filhas pequenas. Tem ainda a figura do irmão desajustado do protagonista, que sempre ganha a amizade das crianças. Ainda acho que Caos Calmo é inferior à Nossa Vida sem Grace. Nota 6/10.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Lutador


A parceria entre Darren Aronofsky (diretor dos ótimos Pi, Fonte da Vida e Réquiem para um Sonho) e Mickey Rourke rendeu um dos melhores filmes da temporada. Rourke faz por merecer todos os prêmios que vem recebendo. Ainda que muitos andem dizendo que ele interpreta a si mesmo (decadênica profissional, luta livre e volta por cima já são velhos conhecidos do ator), não é nem um pouco fácil ser você mesmo na frente das câmeras.

Rourke cria um personagem complexo: um lutador decadente, solitário, carente, vaidoso e apaixonado pela luta livre, mas que também é egoísta e tem um relacionamento difícil com sua única filha, que já sofreu muito com a rejeição do pai. Ele tem plena consciência dos seus erros e fraquezas, mas não consegue evitá-los. Com seus cabelos louros e compridos, sua chamativa veste de "carneiro", sua força física e sua autoconfiaça ao subir num ringue, Rourke levanta a platéia e dá um show.

O roteiro não se limita à mostrar o lado "lutador" do protagonista, mas passa por toda a sua rotina, desde seu trabalho no supermercado (do qual ele precisa para sobreviver), seus problemas de saúde, seu relacionamento com outros lutadores de luta livre, seu relacionamento com sua filha e seu interesse pela dançarina de boite Pam. Isso é, mostra todos os lados desse personagem e nos faz entender melhor porque a luta livre é tão importante para ele. Na verdade, é o que lhe dá prazer e o mantém vivo, e tudo isso é confirmado nos discurso que ele faz antes de sua última luta. Um discurso que não é só do personagem, mas também do próprio Mickey Rourke.

Assim como Rourke, Marisa Tomei também tem uma ótima atuação e vive de certa forma os mesmo problemas do lutador. Ela interpreta com categoria Pam, uma dançarina de boite que já sofre a rejeição dos clientes por causa da sua idade. Um papel difícil que a obriga a expressar, às vezes uma só cena, sedução, desapontamento, impaciência, tristeza e felicidade. Uma atuação muito comovente de Marisa Tomei.

Com uma câmera que segue de perto o protagonista, Aronofsky nos faz acompanhar e se envolver com a vida de pessoas que dificilmente nos despertariam a atenção na vida real. Ele nos faz olhar de perto para aquilo que é decadente, que está nas margens, mas que tem seu valor e quer ser reconhecido.

Nota 10!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O Leitor


Ambientado na Alemana pós- segunda guerra, esse filme de Stephen Daldry dedica sua primeira metade ao desenvolvimento do romance entre um Michael Berg, um jovem de quinze anos (vivido pelo talentoso David Kross) e Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher misteriosa e muito mais velha do que ele. Perdidamente apaixonado por essa mulher e buscando atender a seus caprichos, ele passa a ler para ela romances e outros tipos de história em cada um dos seus encontros.
Já a segunda metade do filme gira em torno do julgamento de Hanna por crimes ligados ao nazismo e à maneira como Michael reage à revelação de que a mulher que tanto amou cometeu crimes tão bárbaros. Ele sabe sobre ela algo que pode salvá-la da prisão perpétua, mas nem ele sabe se seria certo fazer isso, e nem acredita que ela gostaria que tal segredo fosse revelado, já que ela preferiu ser condenada a passar por uma grande vergonha.
Assim como O Homem Bom, O Leitor tenta mostrar que nem todos os nazistas são maus. Hanna alega ter mandado para a morte centenas de mulheres sob ordens de seus superiores, ordens que ela não poderia questionar. Mas será que não mesmo? Hanna é uma mulher fria, compenetrada, sem amigos, sem família e que abandonou Michael sem dó quando sentiu seu romance ameaçado. Kate Winslet mergulha na vida desse personagem difícil e aparece na tela sem glamour e sem pudor.
Trata-se de um drama pesado, condizente com o tema e todo o sofrimento que ele nos faz lembrar. É ainda uma história interessante, que faz com que nos coloquemos no lugar tanto de Hanna quanto de Charles e pensemos no que faríamos na situação a que foram expostos.
Nota 10/10

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os Desafinados



Os Desafinados, de Walter Lima Jr., é apenas um filme bom, nada que se compare à sensibilidade de A Ostra e o Vento, trabalho anterior do diretor. A história sobre os sonhos de jovens músicos que querem ganhar fama e dinheiro não é lá muito original. Aí acaba que os personagens ficam estereotipados. O de Cláudia Abreu com seu visual moderninho então... soou muito falso. Falsa também é a cantoria e a intimidade de alguns deles com os intrumentos musicais.

Mas o longa também tem pontos interessantes: bem produzido, boa ambientação nos anos 60 (tanto no Rio quanto em NY), uma trilha sonora que é pura bossa nova, bons atores (Cláudia Abreu, Selton Melo, Ângelo Paes Leme e Rodrigo Santoro entre outros) e uma história envolvente e até surpreendente no que diz respeito ao final do personagem de Rodrigo Santoro. Pena que o desfecho cliché estragou todo o esforço de nos fazer acreditar na história desse grupo. Mas vale a pena conferir, principalmente os fãs da bossa nova.

Nota 7/10

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Na Mira do Chefe



Na Mira do Chefe é uma mistura de comédia e drama. Colin Farrell tem uma ótima atuação ao criar um personagem instável, atormentado pela culpa do crime que cometeu (o que lembra muito seu papel em O Sonho de Cassandra) e que está à beira de um colapso nervoso. Obrigado a passar um tempo na belíssima Bruges, cidade Belga que ele odeia e acha horrorosa visto o seu estado de espírito, ele se mete em várias confusões enquanto aguarda instruções de seu neurótico chefe. Não apenas Colin Farrell se destaca, mas também todos os coadjuvantes: Ralph Fiennes (que nem parece o mesmo de O Leitor e O Jardineito Fiel), Brendan Gleeson e a francesa Clémense Poésy, que eu não conhecia de nenhum outro filme, mas da qual eu já gostei.


Os diálogos são ótimos e os personagens inusitados. A história é instigante, envolvente, mas nada que se assemelhe a um thriller de ação. E isso é o legal do filme. Ele tem um ritmo mais lento, condizente com o clima da pequena cidade onde se passa e propicia um envolvimento maior entre os personagens. As locações são deslumbrantes, o que já torna o filme bastante agradável de se ver. O que eu não gosto mesmo é desse título brasileiro, que mais se adequa a filme de comédia barato e ruim. O que não é o caso.


Nota 8/10

Últimos filmes


Bem, segue abaixo um listagem dos filmes aos quais assisti nos últimos dias com breves comentários:

Vidas Amargas (1955): um bom filme, sem dúvida. Mas me decepcionei um pouco por essa adaptação não mostrar nada da parte do livro que eu mais gosto, que é o desenvolvimento do personagem Kate. Enfim... nota 8/10

Possuídos (1993): suspense policial muito previsível, embora não chegue a ser chato. nota 6/10

Serpico (1973): um policial honesto que luta contra a corrupção na polícia é o tema desse clássico de Sidney Lumet com brilhante atuação de Al Pacino. nota 8/10

Encontrando Forrester (2000): filme de Gus Van Sant, portanto trata da vida acadêmica de algum adolescente. Gosto de Paranoid Park, Gênio Indomável e amo Elefante. Mas esse Encontrando Forrester é mais fraquinho. Pra falar bem verdade, muito hollywoodiano. Ainda assim, um belo filme. nota 7/10

Inspeção Geral (2004): outro filme de Sidney Lumet. Esse conseguiu me surpreender. E é isso o que me motiva a ver cada vez mais filmes. Um filme curto, com menos de uma hora de duração mas com uma trama intrigante e arrasadora. E olha que tudo se passa em apenas dois cenários. Entrega total dos atores aos seus personagens. Tipo de filme que acaba e eu não consigo parar de me lembrar do que vi. nota 9/10

Meu Tio (1958): Francês. Filme doce, inteligente, crítico, divertido e com um visual maravilhoso. Um clássico indispensável de Jacques Tati. nota 8/10

Acho que está na hora de pegar um lançamento, né?



sábado, 31 de janeiro de 2009

Garotas do ABC e Bens Confiscado

Como já havia dito aqui, o filme Falsa Loura me despertou a curiosidade por outros filmes do diretor Carlos Reinchenbach. Corri então pra ver Garotas do ABC e Bens Confiscados, filmes anteriores ao Falsa Loura, que é certamente bem superior a estes outros dois.

Garotas do ABC e Falsa Loura têm vários pontos em comum. Ambos retratam a cultura popular do país a partir do cotidiano de jovens operárias. Muita música, nudez e sexo fazem parte desses dois longas. Garotas do ABC denuncia ainda o problema do racismo na região do ABC em São Paulo, mas infelizmente essa parte da trama do filme é muito mal conduzida, gerando cenas de reflexões chatérrimas; e para piorar os atores são péssimos (que me perdoe Selton Mello, mas nem mesmo ele salva o filme).

Bens Confiscados já vai em outra corrente, focando numa delicada relação entre uma enfermeira e o filho de seu amante. História até boa, mas as atuações.... muito teatrais. Agora percebo que Carlos Reinchenbach faz isso de propósito. Faz parte do seu estilo, mas na minha opinião isso enfraquece os filmes... Falsa Loura foi salvo pela ótima Roseanne Mulholland, que dá vida, graça e personalidade ao seu personagem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Duets - Vem Cantar Comigo

Foi navegando na net que eu descobri, por acaso, qual o filme em que a bela atriz Gwyneth Paltrow canta a música Cruisin, que eu adoooro. É esse Duets - Vem Cantar Comigo, dirigido pelo próprio pai da atriz, Bruce Paltrow. Infelizmente, o filme vale apenas pelos números musicais, já que a trama em si é pura perda de tempo. Ok, o elenco também é muito bom (Gwyneth Paltrow, Maria Bello, Paul Giamatti e Huey Lewis), mas não compensa o roteiro fraco e aborrecido. Mas para quem gosta de filmes com números musicais (eu adoro!!) vale a pena conferir esse, já que a seleção musical é muito legal.

Nota 5/10

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Concepção



Ainda embalada pelo Falsa Loura, fui buscar outro filme com a atriz Rosanne Mulholland: A Concepção. Já havia passado por esse filme várias vezes na locadora, mas sempre acabava devolvendo-o à prateleira, acreditando ter achado filme melhor pra levar pra casa. Um certo medo de arriscar, que eu preciso vencer. Mais uma vez eu me surpreendi. É um filme bem interessante. Aos poucos, o diretor José Eduardo Belmonte consegue nos fazer mergulhar nas loucas idéias e maneira de viver dos "concepcionistas". A história sobre jovens drogados vivendo cada dia como se fosse o último pode até não ser nada original, mas é contada de uma maneira surpreendentemente interessante e faz o filme parecer ser "diferente". De fato, ele foge daquela maneira certinha de contar uma história (como ocorreu em Cazuza) e foca no envolvimento entre seus loucos personagens. Erra ao se tornar um pouco repetitivo depois de certo tempo. Ainda assim, um filme bem legal.


Nota 7/10

domingo, 25 de janeiro de 2009

Rebobine, Por Favor



Após uma frustrada tentativa de sabotar uma usina elétrica, Jerry Gerber (Jack Black) fica magnetizado e passa a ter o “poder” de apagar o conteúdo de fitas VHS das quais se aproxima. É dessa forma que ele destrói todo o acervo da pequena e tradicional locadora do Sr. Fletcher. Para recuperar os filmes e atender à clientela, Jerry e seu amigo Mike (funcionário da loja) decidem refilmar algumas superproduções.

O filme apresenta piadas boas do começo ao fim, mas o ponto alto sem dúvida são as toscas refilmagens que a dupla faz de filmes como Os Caça-Fantasmas, A Hora do Rush, Conduzindo Miss Daisy, 2001- Uma Odisséia no Espaço, O Rei Leão e por aí afora. Para isso eles fazem uso de uma câmera amadora, sucatas e deles mesmos como atores principais de todos os filmes. O resultado é hilário. Muito mais do que as consequências do sucesso da dupla e de outras piadas que partem do absurdo para fazerem rir, como por exemplo a do disfarce na usina.

Mas essa comédia de Michel Gondry (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembraças) não vive apenas de referências a outros longas. De maneira simplificada e divertida acaba passando pelo processo de criação de filmes e pela descoberta de novas formas de filmagem (como a técnica do ventilador para fazer um filme parecer ser antigo). Além disso, agrega valor ao cinema ao mobilizar a população local para a produção de um falso documentário (cujo roteiro parte de uma história existente apenas no imaginário daquelas pessoas) que poderá salvar da demolição a velha e conservadora loja do Sr. Fletcher.

O personagem de Jack Black não difere muito daqueles que já conhecemos em Escola do Rock e Alta Fidelidade: um cara engraçado por ser largadão, petulante e sincero. Ele continua apresentado uma ótima atuação, mas dessa vez já não vi nele nada original. De qualquer forma, isso facilita a aceitação de seu personagem. Mos Def, que interpreta Mike, também acerta o tom, criando um personagem que tenta ser mais contido e responsável (ele de gravata no primeiro dia que assume a gerência da loja é ótimo), e por isso mesmo engraçado. Ele consegue ser muito natural em cena e forma com Black uma dupla memorável. O elenco conta ainda com Danny Glover, Mia Farrow e Melonie Diaz.

Rebobine, Por Favor é uma comédia leve e simples, mas que funciona bem.

Nota 7/10


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Falsa Loura


É até difícil explicar porque eu gostei tanto de Falsa Loura. Não é nenhuma superprodução, pelo contrário, é um filme bem simples. As atuações muitas vezes deixam a desejar. Tem cenas musicais muito legais (como a da abertura do filme, que aliás eu já revi várias vezes), e outras que beiram o brega. Nem todas as subtramas são bem desenvolvidas. Mas é um filme muito cativante e com um roteiro interessante. Fui me envolvendo cada vez mais com a história, de forma a não ligar para os pequenos detalhes que diminuem o filme. Foi até engraçado, pois meu namorado chegou na sala quando o filme estava numa cena que é um musical com Maurício Mattar e a protagonista Silmara (Rosane Mulholland). Um cenário pobre e brega com uma musiquinha bem meia-boca e uma coreografia infeliz. Claro que ele falou: "Que filme horrível! Como você está aguentando ver isso?". E eu estava adorando. O fato é que Silmara convence e nos faz querer saber mais sobre essa operária que por vezes se mostra cruelmente franca e por outras doce e generosa. Me deu vontade de assistir aos longas anteriores do diretor Carlos Reichenbach, especialmente Garotas do ABC e Bens Confiscados. Depois que os vir, comento por aqui.

Nota 8/10

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

Ainda que eu tenha achado o filme um pouco longo demais, não posso negar que ele me manteve o tempo todo atenta e curiosa para o saber como seria a próxima fase da vida desse inusitado personagem que dá nome ao filme.

Benjamin Button (Brad Pitt) já nasceu velho, e, ao contrário de todo mundo, rejuvenescia com o passar do tempo. O filme conta a história de sua vida desde seu nascimento até a sua morte. Ao longo dessa trajetória, várias pessoas passam pela vida de Benjamin. Daisy (Cate Blanchet), seu grande amor, é quem ganha maior destaque, e de uma forma ou de outra está presente em todas as fases da vida do protagonista. Sim, há muitas semelhanças com Forest Gump, o que é explicado pelo fato desses dois filmes terem sido escritos pelo mesmo roteirista.

A terceira idade recebe nesse filme uma atenção especial. A fase da vida de Benjamin que é mais explorada é aquela em que ele se apresenta como um velho. E nessa fase ele vive justamente em um asilo, lugar para onde ele ainda retorna em vários momentos de sua vida. Por mais que ele rejuvenesça, ele convive o tempo todo com a velhice a com a morte. Até mesmo Daisy ganha mais destaque no filme quando se torna velha. Pela adolescência e infância de Benjamin, o filme passa bem rápido.

Fantasioso e carregado por uma trilha sonora forte, marcante e bela, o filme trata de temas relacionados à morte, a passagem do tempo e o amor. Ainda que predomine um tom de melancolia e reflexão (embora também tenha seus momentos de comédia), nada nesse filme é tratado de forma muito dramática, o que por vezes me causou até um certo estranhamento. Mas melhor assim.

A história do relógio que anda em sentido anti-horário foi uma das coisas que eu não gostei. Parece que ela foi inserida na trama como uma justificativa para o fato de Benjamin também caminhar contra o tempo. Mas além dessa relação não ser convincente, é totalmente desnecessária. Outra coisa que também não me agradou foi o pretexto para a história de Benjamin ser narrada. Um diário contendo uma série de revelações que uma mãe pede para a filha ler em seu leito de morte é algo extremamente batido. Nesse caso, só serviu para interromper várias vezes a ótima história de Benjamin Button e para prolongar o filme. A inserção do pai de Benjamin na trama também ficou meio solta.

Brad Pitt, mais uma vez, teve uma ótima atuação. Não deve ser nada fácil representar uma criança em um corpo de velho ou um jovem que carrega consigo toda a experiência de uma vida fora do comum. Mas Brad Pitt atuou com muita naturalidade. Cate Blanchet, Tilda Swinton e Jared Harris também apresentaram resultados satisfatórios.

Não me pareceu de forma alguma um filme de David Fincher; desse eu esperava algo menos emotivo. Mas gostei muito do filme, e especialmente do final (da história de Benjamin, não das cenas do hospital ou do relógio), que encerra de forma bela e coerente toda a trajetória desse curioso personagem.

Nota 8/10

Título Original: The Curious Case of Benjamin Button. País: EUA. Direção: David Fincher. Roteiro: Eric Roth. Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Jason Flemyng, Elias Koteas, Taraji P. Henson, Elle Fanning, Ted Manson, Jared Harris, Tilda Swinton.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Últimas

Não assisti a quase nenhum dos filmes que estavam concorrendo ao Globo deste ano, de forma que não posso opinar. Fiquei contente com a dupla premiação de Kate Winslet, pois a considero ótima atriz, mas bem que ela poderia ter deixado o prêmio de coadjuvante pra Penélope Cruz, que brilhou em Vicky Cristina Barcelona.

Quanto ao filme de Bruno Barreto ter ficado fora da disputa pelo Oscar, não foi surpresa nenhuma. Se nem aqui ele foi lá muito bem recebido, que diria pela academia... Acredito que Mutum teria mais chances. Enfim...

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Troca

Ambientado em Los Angeles na década de 20, o filme A Troca conta a história de Christine Collins, uma mãe solteira que busca por seu filho desaparecido na mesma época em que a polícia da cidade se encontra assolada e desgastada pela imagem de corrupta e incompetente. Buscando reverter essa situação, após cinco meses de busca a polícia entrega a Collins um garoto apenas parecido com seu filho, dando o caso por encerrado e bancando a protetora dos cidadãos. A Srta. Collins começa então uma nova luta: provar que aquele não é seu filho e recomeçar a busca por seu verdadeiro menino.

Uma história interessante, sem dúvida, mas com falhas. A começar pelo roteiro que prolonga demais a história, inserindo muitas cenas que repetem o mesmo assunto, como por exemplo a cena em que o médico perito da polícia vai à casa da Srta. Collins tentar convencê-la de que o menino era seu filho. Tudo que foi discutido nessa cena já havia sido dito em uma anterior, entre Collins e o policial responsável pelo caso. Além disso, há no filme muitas explicações desnecessárias e adiamento de cenas só para aumentar o drama da história, mas que acaba causando uma certa impaciência em quem assiste. Mas a pior parte do filme mesmo é a que se passa no hospício. Totalmente caricato. As internas com cara de loucas assassinas atrás das grades, todos os médicos, enfermeiros e funcionários tem cara de mau e agem de forma a tornar a vida das pacientes um inferno. Chega a ser irritante.

A reconstituição de época é muito bem feita. Os cenários e os figurinos convencem (embora Angelina Jolie com aquele chapeuzinho o tempo todo tenha me cansado) e por algumas vezes tive a sensação de estar assistindo a um filme antigo. A fotografia e a direção de arte nos oferece belas imagens, algo assim agradável de se ver na tela.

Angelina Jolie, que já havia representado um papel semelhante em O Preço da Coragem, no qual seu personagem busca pelo marido sequestrado, apresenta uma boa performance. Ela opta por uma atuação mais contida, exprimindo a dor da Srta. Collins sem melodramas, ao mesmo tempo em que tenta mostrar a força de seu personagem na luta pelos seus direitos, o que não era nada fácil para uma mulher da sua época. John Malkovich tem um papel pequeno na trama, mas tem uma presença marcante por criar um personagem forte, decidido e corajoso. Já o restante não convence muito e o jovem ator que interpreta Sanford Clark é simplesmente muito ruim.

Tudo isso torna esse A Troca um filme mediano. Não foi um dos melhores momentos que Clint Eastwood já nos proporcionou no cinema, mas também não foi nenhum sofrimento.

Nota 7/10

Título Original: Changeling. País: EUA. Direção: Clint Eastwood. Roteiro: J. Michael Straczynski. Elenco: Angelina Jolie, Gattlin Griffith, John Malkovich, Colm Feore, Devon Conti, Jeffrey Donovan, Jason Butler Harner, Eddie Alderson.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Férias

Nada como estar de férias (da faculdade, pois no trabaho ainda tenho que suar 8 horas por dia pra ganhar meu pão) e poder assistir a pelo menos um filme por dia. A rotina é: sair às 17 horas do trabalho, passar na locadora, escolher um filme e correr pra casa pra assisti-lo. Entre clássios e lançamentos, os dessa semana foram: Mamma Mia!, Partículas Elementares, Amor e Inocência, O Que Você Faria? e Arizona Nunca Mais.

Amor e Inocência conseguiu ser pior que Mamma Mia!. Usa a vida de Jane Austen e atores do momento (Anne Hathaway e James McAvoy) como pretexto para atrair o púbico para um romacezinho batido. Mamma Mia! foi tão mau falado que eu já estava preparada pro pior, de forma que ele nem me pareceu tão ruim assim... se cortar todas as cenas em que Meryl Streep não atua, o filme fica até razoável.

Arizona Nunca Mais não me pareceu tão interessante quanto da primeira vez que o vi, há milhares de anos atrás. Personagens estereotipados demais e muito besteirol pro meu gosto.

O alemão Partículas Elementares já é filme bom, diferente e com personagens interessantes. Entre o drama e a comédia, levou a medalha de prata da semana. A de ouro fica com o espanhol O Que Você Faria?. Esse sim, prende a nossa atenção do início ao fim, e nos faz assisir e participar do mesmo tenso jogo para qual os sete candidatos a uma vaga para o cargo de executivo de uma empresa são atraídos. É divertido e ainda nos oferece ótimas atuações.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Isabelle Huppert


















Fiquei feliz com a nomeação da atriz francesa Isabelle Huppert para presidir o juri do próximo festival de Cannes. Confesso que vi poucos dos filmes que ela participou, mas dois deles (Propriedade Privada e Madame Bovary) eu vi há pouco tempo, e sua ótima atuação nesses dois longas ainda está fresca em minha memória. Isabelle Huppert já venceu o prêmio de melhor atriz duas vezes em Cannes, por Violette Nozière (1978) e A Pianista (2001).

domingo, 4 de janeiro de 2009

Um Homem Bom



O que impede esse bom filme do diretor Vicente Amorim de ganhar um destaque maior é o já super explorado e desgastado tema do nazismo no cinema. A essa altura só mesmo uma visão muito original sobre a perseguição aos judeus durante o governo de Hitler pode realmente nos dar a sensação de algo novo na telona. Mas como já adiantei, gostei do filme. Ele não ousa muito, é coerente e possui força suficiente pra nos levar a um envolvimento com a história e compreensão do seu protagonista.


A história se baseia nos conflitos de John Halder, um acadêmico e pai de família que, em 1937, cai nas graças de Hitler por escrever um livro que defende a eutanásia. Ele é então convidado a se filiar ao partido nazista e compor sua elite intelectual. Embora a princípio rejeite a idéia, a certeza de uma promoção na universidade, a idéia de agradar à jovem aluna (Jodie Wittaker) por quem se apaixonou, e, é claro, a pressão dos membros do partido, faz com que ele tome uma decisão da qual se arrependerá quando for já muito tarde.


Muito bem interpretado por Viggo Mortensen, Halder é um personagem complexo. Como o próprio título já sugere, ele é um homem bom, decente e com uma paciência infinita para com os familiares e amigos. Como todo ser humano, ele não está livre de cometer erros, mas também não chega a perder a essência do seu caráter. Isso é visível na cena em que defende e mostra carinho por sua ex-mulher, apesar de tê-la abandonado para ficar com sua aluna, e principalmente na triste cena em que se vê pela primeira vez vestido com uniforme nazista. Halder mal reconhece sua imagem no espelho. Viggo Mortensen confere ao seu personagem uma humanidade imensa, e só a expressão de seu olhar é muitas vezes suficiente para compreendermos todo o seu sentimento.


A fotografia é responsável pelo clima pesado e sério que acompanha todo o filme. Ela faz uso de tons escuros, puxados para o cinza e o marrom, ambientes fechados e meio enevoados, além de muitas cenas noturnas. Em vários momentos, a iluminação foca apenas no personagem e no que está muito próximo dele. O resto é escuridão.


Sem perder de foco o desenvolvimento do seu personagem principal, o roteiro também acerta ao passar uma boa idéia de como era a campanha nazista nos anos que antecederam a segunda guerra mundial. De fato, uma campanha bastante eficaz, que exaltava o sentimento nacionalista de boa parte do povo, e tornava os militantes obcecados por agradar ao Führer.
Não é um filme imperdível ou mesmo original, mas é expressivo, conta uma boa história e é resultado de um bom e sério trabalho.


Nota 8/10


Título Original: Good. País: Inglaterra/Alemanha. Direção: Vicente Amorim. Roteiro: John Wrathall. Elenco: Viggo Mortensen, Jason Isaacs, Jodie Whittaker, Steven Mackintosh