quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Melhores e piores de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Avatar
Quanto ao 3D, estou absolutamente maravilhada. Antes de iniciar a sessão achei que isso não seria algo determinante para minha análise do filme, pois o que mais me interessa é o roteiro e a narrativa. Mudei de idéia já na primeira cena.Que experiência fantástica ver um filme em 3D! Já estou querendo mais. Essa tecnologia valorizou demais e deu outra vida aos cenários e ao povo Navi criados pela equipe de Cameron e que são lindos, fantásticos e incrivelmente reais.
Avatar é um filme grandioso, de encher os olhos. Assim como foi Titanic. A história também é bem interessante, mas enfraquece a partir da metade, quando se rende aos velhos clichês, e o herói americano é então quem lidera o povo Navi na guerra contra os americanos maus e exploradores. Podia ser diferente... mas de qualquer forma, não enfraquece o filme, que possui tantas outras qualidades. Outro destaque é para e mensagem ecológica que ele passa e que realmente me atingiu. A valorização e integração do povo Navi à natureza em contraste com as máquina cinzentas e destruidoras criadas pelos humano é chocante e nos leva realmente a refletir.
Nota 9/10!
sábado, 19 de dezembro de 2009
Abraços Partidos e Outros
domingo, 29 de novembro de 2009
Filmes do final de semana
A Era da Inocência (2006): filme canadense de Denys Arcand (O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras). Infelizmente, esse não tem metade da qualidade dos outros filmes de Arcand. Não que ele seja ruim... mas é bobo. De forma alguma era necessário nos mostrar tantas vezes as fantasias do protagonista. Até porque elas não são nada especiais ou originais. A vida real, rotineira e desinteressante de Jean-Marc LeBlanc já tem força dramática suficiente para desenvolver uma boa história. Também achei meio bizarro aquela cidade medieval onde as pessoas assumem suas fantasias... mas vá lá... pelo menos é original.
Interessante mesmo são as histórias sofridas e absurdas que os clientes de LeBlanc lhe contam e sua reação. Mostra até mesmo o triste fim que levou Pierre (personagem de As Invasões Bárbaras) e seu casamento com aquela mulher insuportável. As melhores partes do filme são aquelas que se passam no local de trabalho de LeBlanc. A cena em que seu superior lhe chama a atenção por dizer que seu colega de trabalho (que é negro) "trabalha como um negro" é impagável. Segundo o filme, a língua francesa teria eliminado de seu vocabulário palavras como "negro" e "anão", devendo ser substituídas por "de origem equatorial" e "pessoa pequena", respectivamente. Por várias vezes, Denys Arcand aproveita para criticar política e hábitos quebecoises, como o fez em seus outros filmes.
Não posso deixar de dizer que o filme lembra em muitos apectos o Beleza Americana de Sam Mendes. Ambos os protagonistas levam uma vida burocrática e entediante, suas esposas possuem a mesma profissão e valores, e suas filhas adolescentes os desprezam. Os dois filmes ainda criticam a vida moderna e o capitalismo em seus países. Nota 6/10
A Eternidade e Um Dia (1998): filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 98. É um desses filmes difícil de analisar... difícil explicar porque gostei dele. É um dos filmes mais lentos que já vi, e no início fiquei me perguntando o que esse filme tinha demais pra ter ganhado prêmio tão nobre. Mas sem perceber fui me envolvendo e vi cenas que eu jamais esquecerei; e são justamente as cenas onde praticamente não há diálogo (na verdade, quase não há diálogo algum no filme), como a dos noivos dançando em praça pública, e principalmente a volta de ônibus que o protagonista faz com o menino refigiado que ele ajuda a cruzar a fronteira. São cenas de uma sensibilidade, beleza e musicalidade tocantes, e que dispensam qualquer ação ou conversa. Dirigido por Theo Angelopoulos. Nota 9/10
Amantes (2009): Amantes é um filme bom. Só isso. Como também é apenas bom o trabalho anterior (Os Donos da Noite) do diretor James Gray. É a história de um homem depressivo por causa de uma relação frustrada que agora se encontra dividido entre uma mulher que pode lhe dar um futuro mais estável e outra que lhe desperta a paixão mas é também problemática. As atuações são boas, os personagens são interessante e o filme é bem conduzido, mas é tudo muito previsível e sem muita originalidade. Nota 7/10
O Casamento (1975): Baseado na obra de Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor conta a história e os podres de uma família burguesa carioca às vésperas do casamento da filha (a linda Adriana Prieto, que morreu dias depois da filmagem). O filme mantém toda a força dramática do escritor e supreende o espectador a cada momento com a imprevisibilidade dos personagens. Apenas não gosto de algumas cenas que ficaram teatrais e cansativas demais no filme, como a que se passa na casa de um rapaz gay. No mais, um ótimo filme. Nota 8/10
Up- Altas Aventuras (2009): O início do filme é espetacular. A maneira como é contada a história de amor entre Carl e Ellie é extremente rápida, bonita e eficiente. Também é muito bacana a viagem de balão que Carl faz até a América do Sul. A aventura que ele vive lá eu já não achei assim tão interessante. Todos aqueles cachorros falantes e o vilão Charles Muntz não me causaram nenhuma emoção. Mas tem momentos bons e divertidos, principalmente a iteração do velho Carl com o menino Russel. Em termos de animação, Coraline ainda está imbatível esse ano!!! Nota 7/10
Eu Te Amo, Cara (2009): Comédia romântica (gay?) muito fraquinha... O filme todo é o Peter procurando um amigo para ser seu padrinho de casamento, já que ele só tem amigas mulheres. O único mérito do filme é que deixa o espectador se perguntando o tempo todo se ele é gay ou não. E essa é uma pergunta o filme não responde. Fora isso, os personagens parecem retardados mentais a maior parte do tempo... haja paciência!! Repetitivo e sem graça, esse filme de John Hamburg provoca mais sono do que divertimento. Nota 4/10!!
sábado, 17 de outubro de 2009
Últimos filmes
Desejo e Perigo (2007) - Além do ótimo roteiro e direção, a fotografia desse filme de Ang Lee é belíssima, impecável. Nota 10!
Anticristo (2009) - Não é nada fácil falar desse filme, principalmente quando se gosta de algo que quase todos acharam um completo horror. O fato é que depois do escândalo que ele causou em Cannes e a agressividade de certos jornalistas para com Lars Von Trier, eu esperava um filme sem pé nem cabeça e com fortes cenas de violência. Ok, a maneira como certas cenas são exibidas realmente chocam e é impossível sair de falar dizendo que elas são ótimas. Mas o filme cria um suspense psicológico e inteligente entre os dois protagonistas. Lars Von Trier não precisa dar sustos no espectador para criar o horror, o suspense e o medo. Os atores estão excelentes (Charlotte Gainsbourg fez por merecer seu prêmio de melhor atriz em Cannes) e a maneira como tudo é filmado é muito interessante. Adorei aquele prólogo, é uma das cenas mais fortes que já vi no cinema; e o diretor já inicia seu filme com ela. Por sempre inovar e surpreender sem decepcionar (sim, eu gostei de O Grande Chefe), Lars Von Trier continua sendo um dos meus diretores favoritos. Nota 8/10.
A Outra História Americana (1998) - Acho que já falei desse filme aqui no blog. Gosto dele. Ele discute temas importantes, e, principalmente, a questão da reflexão. Não deve ser nada fácil defender alguma coisa a vida inteira, tatuar seu corpo com esses ideais e depois voltar atrás. Com inteligência e bons diálogos, o filme retrata esse processo. Além disso, trata do tema do preconceito. Nota 8/10.
Garotos de Programa (1991) - Se há uma coisa para a qual não tenho muita paciência é para os estilo de vida de bêbados e artistas metidos a intelectuais, modernos e superiores. Ainda que esse seja um bom filme, para mim ele só se tornou interessante a partir da metade. Nota 7/10.
Meu Pé Esquerdo (1989) - É um filme bonito, emocionante e que nos presenteia com mais uma magnífica performance de Daniel Day-Lewis. Entretanto, enquanto cinema, ele é bem tradicional e esquemático. Nota 8/10
4 meses, 3 semanas e 2 dias (2007) - Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2007, esse filme Romeno trata de uma maneira direta o tema do aborto e suas implicações. Extremamente realista, trata-se de um filme marcante. Nota 8/10.
Deixa Ela Entrar (2008) - Esse filme vem conquistando sucesso entre os admiradores (e eu me incluo) de filmes de vampiros. Pudera... depois do péssimo Crepúsculo, nada melhor que um vampiro (ou uma vampira) de verdade, que gosta de sangue e de vingança. Esse ainda é bem diferente e inteligente, abordando com sutilieza temas sobre o amadurecimento e a solidão. Nota 9/10.
Era Uma Vez... (2009) - Um romance adolescente entre um garoto bom da favela e uma moça rica de Ipanema. Nada demais, mas o filme é simpático. E, como o título justifica o conto de fadas... Nota 7/10
A Jóia do Nilo (1985) - Enquanto Tudo por Uma Esmeralda mereceu uma honrosa nota 9, sua continuação, essa bomba chamada A Jóia do Nilo, não merece mais do que nota 3. Uma queda de qualidade significativa. O filme tenta impressionar aumentando absurdamente o número de coadjuvantes e explosões, e acaba provocando sono e tédio em quem assiste. Nota 3/10.
Drugstore Cowboy (1989) -É um filme é legal. Gosto principalmente das atuações. Fica em algum lugar entre o melhor que já vi de Gus Van Sant (Elefante) e o pior (Últimos Dias). Nota 7/10
O Novato (2003) - Será que Al Pacino não se cansa de fazer esse papel de policial que sabe tudo nesses filminhos medianozinhos? Esse não passa de um filminho de sessão da tarde, para quando a gente não tem nada melhor pra fazer. Nota 6/10.
A Vida de David Gale (2003) - Um bom suspense, com ótimos atores (Kate Winslet, Kevin Spacey e Laura Linney). Nota 7/10.
Divã (2009) - Lília Cabral é uma ótima atriz, mas o roteiro fraquinho e sem originalidade não salva o filme. Nota 5/10.
Os Vivos e os Mortos (1987) - Mais um filme da minha aula de literatura inglesa. Bastante fiel ao conto em que se baseia, o filme consegue nos transportar para a atmosfera fúnebre daquele baile em Dublin. Nota 7/10.
Duplicidade (2009) - Que filminho fraco... e aquela musiquinha tema de espionagem que tive que aguentar o filme inteiro cansou a minha beleza. Nota 5/10.
Fuga de Alcatraz (1979) - O velho Clint Eastwood em ação. Bom filme. Nota 8/10.
Half Nelson (2006) - Filme muito bom e com bastante elementos a serem analisados. Tantos que estou com preguiça de fazer isso agora. Nota 7/10.
Barton Fink - Delírios de Hollywood (1991) - Comédia dos Coen com John Turturro e John Goodman. Nota 8/10.
A Vingança de um Pistoleiro (1965) - A vingança mesmo ficou faltando. Coisa de tradução de títulos para o português... mas o filme é um ótimo exemplar do gênero faroeste. Com Jack Nicholson no elenco. Nota 8/10.
O Mundo de Jack e Rose (2005) - Muito forçadas as cenas e as situações vividas pelos personagens desse filme. Nota 6/10.
Zuzu Angel (2006) - Impressão minha ou os figurinos de Patrícia Pillar chamam mais atenção do que a própria história? O filme é bom enquanto registro da luta de Zuzu Angel pelo esclarecimento da morte de seu filho e registro do clima da época da ditadura. No mais, a narrativa é bastante superficial. Nota 6/10.
A Bela Junie (2008) - Filme muito bom e com uma linda fotografia. Nesse filme de Christophe Honoré o universo adolescente não é nada aborrecido, pelo contrário, é instigante e repleto de significados. Talvez pela seriedade desses personagens, que destoam completamente dos adolescentes americanos que costumamos ver em filmes. Nota 9/10.
Verônica (2009) - A história é legalzinha. O problema é a velha estereotipação dos personagens. Chega a ser irritante ver o policial malvado colocar óculos escuros e sair andando após ameaçar alguém. Mas o filme tem seus bons momentos. A correria da personagem de Andréa Beltrão durante o filme chega a lembrar o ótimo Corra Lola Corra. Nota 7/10.
domingo, 13 de setembro de 2009
Últimas
Eu queria assistir a Up hoje, mas não há nenhuma sessão legendada aqui em BH!! Vou esperar sair em DVD...
Felizmente, há vários outros filmes que parecem interessantes em cartaz por aqui, como Gigante, Bem-Vindo, Horas de Verão e Almoço em Agosto. É uma boa oportunidade pra eu quebrar minha sequência de filmes amerianos.
Depois posto aqui a minha escolha!
Tudo Errado
Depois desse filipino, uma sequência de filmes americanos. Segue a lista:
Kaleldo (Brillante Mendoza) - 7/10
Amadeus (Milos Forman) - 10/10
O Destino do Poisedon (Ronald Neame)- 7/10
Ali (Michael Mann)- 8/10
O Expresso da Meia-Noite (Alan Parker)- 10/10
Daisy Miller (Peter Bogdanovich)- 7/10
Tudo por Uma Esmeralda (Robert Zemeckis)- 9/10
Conspiração Tequila (Robert Towne)- 6/10
Kaleldo
sábado, 5 de setembro de 2009
Indicados brasileiros ao Oscar 2010
Filmes selecionados:
Besouro (João Daniel Tikhomiroff)Síndrome de Pinocchio (Thiago Moyses)
A Festa da Menina Morta (Matheus Nachtergaele)
O Menino da Porteira (Jeremias Moreira)
Se Nada Mais der Certo (José Eduardo Belmonte)
Budapeste (Walter Carvalho)
Feliz Natal (Selton Mello)
Jean Charles (Henrique Goldman)
Salva Geral (Sérgio Rezende)
O Contador de Histórias (Luiz Villaça)
Desses, eu só vi A Festa da Menina Morta , O Menino da Porteira e Feliz Natal. Por enquanto, eu torço pro filme de Matheus Nachtergaele, e torço totalmente contra O Menino da Porteira, que é fraquíssimo e mais parece um capítulo de novela das seis.
O resultado sai dia 18 de setembro.
Indie 2009
Melhor ainda que vai ter Indie!! A programação desse ano está bem legal, e acho até que eu não vou me arriscar muito, mas pelo menos vou tentar ver filmes sem previsão de estréia por aqui.
Hoje vou tentar ver Kaledo do filipino Brillante Mendonza. O filme de amanhã meu marido que vai escolher... e na segunda quero ver Tokyo!.
Os mais badalados do festival mesmo são Gigante, Anticristo, e Bem-Vindo. Tenho esperanças que esses estreiem por aqui algum dia, e portanto não vou me aventurar nessas filas.
A programação do festival pode ser conferida em:
http://www.indiefestival.com.br/
De "Transformers 2" a "A Partida"
A Partida (10)
Asas da Liberdade (10)
Scarface (10)
O Piano (10)
O Sexto Sentido(10)
Frost/Nixon (10)
O Equilibrista (9)
Valsa com Bashir (9)
Terra Estrangeira (9)
Lobo (9)
Rio Congelado (8)
Touro Indomável (8)
O Casamento de Rachel (8)
Inimigos Públicos (8)
A Teta Assustada (8)
Caramelo (8)
Tempos de Paz (8)
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (8)
A Queda da Casa Usher (8)
O Fantasma de Canterville (8)
Nome Próprio (7)
3 Macacos (7)
Katyn (7)
A rainha Margot (7)
O Visitante (7)
Um Conto de Natal (7)
Terror em Amityville (7)
Corpo Fechado (7)
Força Policial (7)
Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (7)
Presságio (5)
Um Ato de Liberadade (5)
O Menino da Porteira (4)
Simplesmente Feliz (3)
Transformers 2 -A Vingança dos Derrotados (1)
sábado, 11 de julho de 2009
Coraline e outros
sábado, 4 de julho de 2009
Últimos filmes
Karl Malden - 1912 - 2009
domingo, 28 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
A Festa da Menina Morta
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Sumida do Blog
Narradores de Javé
domingo, 26 de abril de 2009
Atraso
O Segredo do Grão
sábado, 28 de março de 2009
Filmes
sábado, 21 de março de 2009
Três últimos filmes
domingo, 8 de março de 2009
Quem quer ser um milionário?
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Milk - A Voz da Igualdade
Esse último trabalho de Gus Van Sant realmente me agradou muito. Ele retrata muito bem a luta do ativista Harvey Milk pelos direitos dos homossexuais sem deixar de lado a vida pessoal, os sentimentos e motivações do protagonista.
A luta de Harvey começa em 1970, quando ele faz 40 anos e percebe que nada fez do que possa se orgulhar. Ele inicia então um movimento gay em São Francisco para mostrar a força desse grupo. Ele briga pelos direitos dos homossexuais e contra o preconceito. Não é uma luta fácil, mas Harvey passa a dedicar sua vida a esse movimento, se desgastando emocionalmente pelas constantes derrotas ao tentar obter um cargo público, perdendo o homem que ama e colocando em risco a sua vida.
Mickey Rourke que me desculpe (até então eu achava que era ele quem merecia o Oscar), mas Sean Penn está brilhante. Ele extravaza emoção, força e coragem. Sofremos e comemoramos junto com ele cada derrota ou vitória conseguida. Seus inflados discursos sobre igualdade dos homens e apoio às minorias soam tão verdadeiros, que seria impossível não aderir à causa.
Gus Van Sant ainda insere ao longo do filme algumas imagens reais do conflito entre Milk e preconceituosos líderes religiosos, dando ainda mais veracidade à história e nos aproximando mais do universo de Milk, o que é essencial para o sucesso do filme. A fotografia bastante realista também contribui para isso.
Gus Van Sant fez um bom trabalho (embora ainda não supere o maravilhoso Elefante), ainda que ele não resista a uma ou outra ceninha hollywoodiana. Não se pode dizer que ele fez algo super original, mas certamente é um filme que emociona, com um bom roteiro, boa fluidez e um tema nunca desgastado.
Nota 10!!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Últimos filmes
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O Lutador
A parceria entre Darren Aronofsky (diretor dos ótimos Pi, Fonte da Vida e Réquiem para um Sonho) e Mickey Rourke rendeu um dos melhores filmes da temporada. Rourke faz por merecer todos os prêmios que vem recebendo. Ainda que muitos andem dizendo que ele interpreta a si mesmo (decadênica profissional, luta livre e volta por cima já são velhos conhecidos do ator), não é nem um pouco fácil ser você mesmo na frente das câmeras.
Rourke cria um personagem complexo: um lutador decadente, solitário, carente, vaidoso e apaixonado pela luta livre, mas que também é egoísta e tem um relacionamento difícil com sua única filha, que já sofreu muito com a rejeição do pai. Ele tem plena consciência dos seus erros e fraquezas, mas não consegue evitá-los. Com seus cabelos louros e compridos, sua chamativa veste de "carneiro", sua força física e sua autoconfiaça ao subir num ringue, Rourke levanta a platéia e dá um show.
O roteiro não se limita à mostrar o lado "lutador" do protagonista, mas passa por toda a sua rotina, desde seu trabalho no supermercado (do qual ele precisa para sobreviver), seus problemas de saúde, seu relacionamento com outros lutadores de luta livre, seu relacionamento com sua filha e seu interesse pela dançarina de boite Pam. Isso é, mostra todos os lados desse personagem e nos faz entender melhor porque a luta livre é tão importante para ele. Na verdade, é o que lhe dá prazer e o mantém vivo, e tudo isso é confirmado nos discurso que ele faz antes de sua última luta. Um discurso que não é só do personagem, mas também do próprio Mickey Rourke.
Assim como Rourke, Marisa Tomei também tem uma ótima atuação e vive de certa forma os mesmo problemas do lutador. Ela interpreta com categoria Pam, uma dançarina de boite que já sofre a rejeição dos clientes por causa da sua idade. Um papel difícil que a obriga a expressar, às vezes uma só cena, sedução, desapontamento, impaciência, tristeza e felicidade. Uma atuação muito comovente de Marisa Tomei.
Com uma câmera que segue de perto o protagonista, Aronofsky nos faz acompanhar e se envolver com a vida de pessoas que dificilmente nos despertariam a atenção na vida real. Ele nos faz olhar de perto para aquilo que é decadente, que está nas margens, mas que tem seu valor e quer ser reconhecido.
Nota 10!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
O Leitor
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Os Desafinados
Os Desafinados, de Walter Lima Jr., é apenas um filme bom, nada que se compare à sensibilidade de A Ostra e o Vento, trabalho anterior do diretor. A história sobre os sonhos de jovens músicos que querem ganhar fama e dinheiro não é lá muito original. Aí acaba que os personagens ficam estereotipados. O de Cláudia Abreu com seu visual moderninho então... soou muito falso. Falsa também é a cantoria e a intimidade de alguns deles com os intrumentos musicais.
Mas o longa também tem pontos interessantes: bem produzido, boa ambientação nos anos 60 (tanto no Rio quanto em NY), uma trilha sonora que é pura bossa nova, bons atores (Cláudia Abreu, Selton Melo, Ângelo Paes Leme e Rodrigo Santoro entre outros) e uma história envolvente e até surpreendente no que diz respeito ao final do personagem de Rodrigo Santoro. Pena que o desfecho cliché estragou todo o esforço de nos fazer acreditar na história desse grupo. Mas vale a pena conferir, principalmente os fãs da bossa nova.
Nota 7/10
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Na Mira do Chefe
Na Mira do Chefe é uma mistura de comédia e drama. Colin Farrell tem uma ótima atuação ao criar um personagem instável, atormentado pela culpa do crime que cometeu (o que lembra muito seu papel em O Sonho de Cassandra) e que está à beira de um colapso nervoso. Obrigado a passar um tempo na belíssima Bruges, cidade Belga que ele odeia e acha horrorosa visto o seu estado de espírito, ele se mete em várias confusões enquanto aguarda instruções de seu neurótico chefe. Não apenas Colin Farrell se destaca, mas também todos os coadjuvantes: Ralph Fiennes (que nem parece o mesmo de O Leitor e O Jardineito Fiel), Brendan Gleeson e a francesa Clémense Poésy, que eu não conhecia de nenhum outro filme, mas da qual eu já gostei.
Os diálogos são ótimos e os personagens inusitados. A história é instigante, envolvente, mas nada que se assemelhe a um thriller de ação. E isso é o legal do filme. Ele tem um ritmo mais lento, condizente com o clima da pequena cidade onde se passa e propicia um envolvimento maior entre os personagens. As locações são deslumbrantes, o que já torna o filme bastante agradável de se ver. O que eu não gosto mesmo é desse título brasileiro, que mais se adequa a filme de comédia barato e ruim. O que não é o caso.
Nota 8/10
Últimos filmes
Bem, segue abaixo um listagem dos filmes aos quais assisti nos últimos dias com breves comentários:
Vidas Amargas (1955): um bom filme, sem dúvida. Mas me decepcionei um pouco por essa adaptação não mostrar nada da parte do livro que eu mais gosto, que é o desenvolvimento do personagem Kate. Enfim... nota 8/10
Possuídos (1993): suspense policial muito previsível, embora não chegue a ser chato. nota 6/10
Serpico (1973): um policial honesto que luta contra a corrupção na polícia é o tema desse clássico de Sidney Lumet com brilhante atuação de Al Pacino. nota 8/10
Encontrando Forrester (2000): filme de Gus Van Sant, portanto trata da vida acadêmica de algum adolescente. Gosto de Paranoid Park, Gênio Indomável e amo Elefante. Mas esse Encontrando Forrester é mais fraquinho. Pra falar bem verdade, muito hollywoodiano. Ainda assim, um belo filme. nota 7/10
Inspeção Geral (2004): outro filme de Sidney Lumet. Esse conseguiu me surpreender. E é isso o que me motiva a ver cada vez mais filmes. Um filme curto, com menos de uma hora de duração mas com uma trama intrigante e arrasadora. E olha que tudo se passa em apenas dois cenários. Entrega total dos atores aos seus personagens. Tipo de filme que acaba e eu não consigo parar de me lembrar do que vi. nota 9/10
Meu Tio (1958): Francês. Filme doce, inteligente, crítico, divertido e com um visual maravilhoso. Um clássico indispensável de Jacques Tati. nota 8/10
Acho que está na hora de pegar um lançamento, né?
sábado, 31 de janeiro de 2009
Garotas do ABC e Bens Confiscado
Garotas do ABC e Falsa Loura têm vários pontos em comum. Ambos retratam a cultura popular do país a partir do cotidiano de jovens operárias. Muita música, nudez e sexo fazem parte desses dois longas. Garotas do ABC denuncia ainda o problema do racismo na região do ABC em São Paulo, mas infelizmente essa parte da trama do filme é muito mal conduzida, gerando cenas de reflexões chatérrimas; e para piorar os atores são péssimos (que me perdoe Selton Mello, mas nem mesmo ele salva o filme).
Bens Confiscados já vai em outra corrente, focando numa delicada relação entre uma enfermeira e o filho de seu amante. História até boa, mas as atuações.... muito teatrais. Agora percebo que Carlos Reinchenbach faz isso de propósito. Faz parte do seu estilo, mas na minha opinião isso enfraquece os filmes... Falsa Loura foi salvo pela ótima Roseanne Mulholland, que dá vida, graça e personalidade ao seu personagem.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Duets - Vem Cantar Comigo
Nota 5/10
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
A Concepção
domingo, 25 de janeiro de 2009
Rebobine, Por Favor
Após uma frustrada tentativa de sabotar uma usina elétrica, Jerry Gerber (Jack Black) fica magnetizado e passa a ter o “poder” de apagar o conteúdo de fitas VHS das quais se aproxima. É dessa forma que ele destrói todo o acervo da pequena e tradicional locadora do Sr. Fletcher. Para recuperar os filmes e atender à clientela, Jerry e seu amigo Mike (funcionário da loja) decidem refilmar algumas superproduções.
O filme apresenta piadas boas do começo ao fim, mas o ponto alto sem dúvida são as toscas refilmagens que a dupla faz de filmes como Os Caça-Fantasmas, A Hora do Rush, Conduzindo Miss Daisy, 2001- Uma Odisséia no Espaço, O Rei Leão e por aí afora. Para isso eles fazem uso de uma câmera amadora, sucatas e deles mesmos como atores principais de todos os filmes. O resultado é hilário. Muito mais do que as consequências do sucesso da dupla e de outras piadas que partem do absurdo para fazerem rir, como por exemplo a do disfarce na usina.
Mas essa comédia de Michel Gondry (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembraças) não vive apenas de referências a outros longas. De maneira simplificada e divertida acaba passando pelo processo de criação de filmes e pela descoberta de novas formas de filmagem (como a técnica do ventilador para fazer um filme parecer ser antigo). Além disso, agrega valor ao cinema ao mobilizar a população local para a produção de um falso documentário (cujo roteiro parte de uma história existente apenas no imaginário daquelas pessoas) que poderá salvar da demolição a velha e conservadora loja do Sr. Fletcher.
O personagem de Jack Black não difere muito daqueles que já conhecemos em Escola do Rock e Alta Fidelidade: um cara engraçado por ser largadão, petulante e sincero. Ele continua apresentado uma ótima atuação, mas dessa vez já não vi nele nada original. De qualquer forma, isso facilita a aceitação de seu personagem. Mos Def, que interpreta Mike, também acerta o tom, criando um personagem que tenta ser mais contido e responsável (ele de gravata no primeiro dia que assume a gerência da loja é ótimo), e por isso mesmo engraçado. Ele consegue ser muito natural em cena e forma com Black uma dupla memorável. O elenco conta ainda com Danny Glover, Mia Farrow e Melonie Diaz.
Rebobine, Por Favor é uma comédia leve e simples, mas que funciona bem.
Nota 7/10
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Falsa Loura
Nota 8/10
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O Curioso Caso de Benjamin Button
Benjamin Button (Brad Pitt) já nasceu velho, e, ao contrário de todo mundo, rejuvenescia com o passar do tempo. O filme conta a história de sua vida desde seu nascimento até a sua morte. Ao longo dessa trajetória, várias pessoas passam pela vida de Benjamin. Daisy (Cate Blanchet), seu grande amor, é quem ganha maior destaque, e de uma forma ou de outra está presente em todas as fases da vida do protagonista. Sim, há muitas semelhanças com Forest Gump, o que é explicado pelo fato desses dois filmes terem sido escritos pelo mesmo roteirista.
A terceira idade recebe nesse filme uma atenção especial. A fase da vida de Benjamin que é mais explorada é aquela em que ele se apresenta como um velho. E nessa fase ele vive justamente em um asilo, lugar para onde ele ainda retorna em vários momentos de sua vida. Por mais que ele rejuvenesça, ele convive o tempo todo com a velhice a com a morte. Até mesmo Daisy ganha mais destaque no filme quando se torna velha. Pela adolescência e infância de Benjamin, o filme passa bem rápido.
Fantasioso e carregado por uma trilha sonora forte, marcante e bela, o filme trata de temas relacionados à morte, a passagem do tempo e o amor. Ainda que predomine um tom de melancolia e reflexão (embora também tenha seus momentos de comédia), nada nesse filme é tratado de forma muito dramática, o que por vezes me causou até um certo estranhamento. Mas melhor assim.
A história do relógio que anda em sentido anti-horário foi uma das coisas que eu não gostei. Parece que ela foi inserida na trama como uma justificativa para o fato de Benjamin também caminhar contra o tempo. Mas além dessa relação não ser convincente, é totalmente desnecessária. Outra coisa que também não me agradou foi o pretexto para a história de Benjamin ser narrada. Um diário contendo uma série de revelações que uma mãe pede para a filha ler em seu leito de morte é algo extremamente batido. Nesse caso, só serviu para interromper várias vezes a ótima história de Benjamin Button e para prolongar o filme. A inserção do pai de Benjamin na trama também ficou meio solta.
Brad Pitt, mais uma vez, teve uma ótima atuação. Não deve ser nada fácil representar uma criança em um corpo de velho ou um jovem que carrega consigo toda a experiência de uma vida fora do comum. Mas Brad Pitt atuou com muita naturalidade. Cate Blanchet, Tilda Swinton e Jared Harris também apresentaram resultados satisfatórios.
Não me pareceu de forma alguma um filme de David Fincher; desse eu esperava algo menos emotivo. Mas gostei muito do filme, e especialmente do final (da história de Benjamin, não das cenas do hospital ou do relógio), que encerra de forma bela e coerente toda a trajetória desse curioso personagem.
Nota 8/10
Título Original: The Curious Case of Benjamin Button. País: EUA. Direção: David Fincher. Roteiro: Eric Roth. Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Jason Flemyng, Elias Koteas, Taraji P. Henson, Elle Fanning, Ted Manson, Jared Harris, Tilda Swinton.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Últimas
Quanto ao filme de Bruno Barreto ter ficado fora da disputa pelo Oscar, não foi surpresa nenhuma. Se nem aqui ele foi lá muito bem recebido, que diria pela academia... Acredito que Mutum teria mais chances. Enfim...
domingo, 11 de janeiro de 2009
A Troca
Uma história interessante, sem dúvida, mas com falhas. A começar pelo roteiro que prolonga demais a história, inserindo muitas cenas que repetem o mesmo assunto, como por exemplo a cena em que o médico perito da polícia vai à casa da Srta. Collins tentar convencê-la de que o menino era seu filho. Tudo que foi discutido nessa cena já havia sido dito em uma anterior, entre Collins e o policial responsável pelo caso. Além disso, há no filme muitas explicações desnecessárias e adiamento de cenas só para aumentar o drama da história, mas que acaba causando uma certa impaciência em quem assiste. Mas a pior parte do filme mesmo é a que se passa no hospício. Totalmente caricato. As internas com cara de loucas assassinas atrás das grades, todos os médicos, enfermeiros e funcionários tem cara de mau e agem de forma a tornar a vida das pacientes um inferno. Chega a ser irritante.
A reconstituição de época é muito bem feita. Os cenários e os figurinos convencem (embora Angelina Jolie com aquele chapeuzinho o tempo todo tenha me cansado) e por algumas vezes tive a sensação de estar assistindo a um filme antigo. A fotografia e a direção de arte nos oferece belas imagens, algo assim agradável de se ver na tela.
Angelina Jolie, que já havia representado um papel semelhante em O Preço da Coragem, no qual seu personagem busca pelo marido sequestrado, apresenta uma boa performance. Ela opta por uma atuação mais contida, exprimindo a dor da Srta. Collins sem melodramas, ao mesmo tempo em que tenta mostrar a força de seu personagem na luta pelos seus direitos, o que não era nada fácil para uma mulher da sua época. John Malkovich tem um papel pequeno na trama, mas tem uma presença marcante por criar um personagem forte, decidido e corajoso. Já o restante não convence muito e o jovem ator que interpreta Sanford Clark é simplesmente muito ruim.
Tudo isso torna esse A Troca um filme mediano. Não foi um dos melhores momentos que Clint Eastwood já nos proporcionou no cinema, mas também não foi nenhum sofrimento.
Nota 7/10
Título Original: Changeling. País: EUA. Direção: Clint Eastwood. Roteiro: J. Michael Straczynski. Elenco: Angelina Jolie, Gattlin Griffith, John Malkovich, Colm Feore, Devon Conti, Jeffrey Donovan, Jason Butler Harner, Eddie Alderson.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Férias
Amor e Inocência conseguiu ser pior que Mamma Mia!. Usa a vida de Jane Austen e atores do momento (Anne Hathaway e James McAvoy) como pretexto para atrair o púbico para um romacezinho batido. Mamma Mia! foi tão mau falado que eu já estava preparada pro pior, de forma que ele nem me pareceu tão ruim assim... se cortar todas as cenas em que Meryl Streep não atua, o filme fica até razoável.
Arizona Nunca Mais não me pareceu tão interessante quanto da primeira vez que o vi, há milhares de anos atrás. Personagens estereotipados demais e muito besteirol pro meu gosto.
O alemão Partículas Elementares já é filme bom, diferente e com personagens interessantes. Entre o drama e a comédia, levou a medalha de prata da semana. A de ouro fica com o espanhol O Que Você Faria?. Esse sim, prende a nossa atenção do início ao fim, e nos faz assisir e participar do mesmo tenso jogo para qual os sete candidatos a uma vaga para o cargo de executivo de uma empresa são atraídos. É divertido e ainda nos oferece ótimas atuações.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Isabelle Huppert
Fiquei feliz com a nomeação da atriz francesa Isabelle Huppert para presidir o juri do próximo festival de Cannes. Confesso que vi poucos dos filmes que ela participou, mas dois deles (Propriedade Privada e Madame Bovary) eu vi há pouco tempo, e sua ótima atuação nesses dois longas ainda está fresca em minha memória. Isabelle Huppert já venceu o prêmio de melhor atriz duas vezes em Cannes, por Violette Nozière (1978) e A Pianista (2001).
domingo, 4 de janeiro de 2009
Um Homem Bom
O que impede esse bom filme do diretor Vicente Amorim de ganhar um destaque maior é o já super explorado e desgastado tema do nazismo no cinema. A essa altura só mesmo uma visão muito original sobre a perseguição aos judeus durante o governo de Hitler pode realmente nos dar a sensação de algo novo na telona. Mas como já adiantei, gostei do filme. Ele não ousa muito, é coerente e possui força suficiente pra nos levar a um envolvimento com a história e compreensão do seu protagonista.
A história se baseia nos conflitos de John Halder, um acadêmico e pai de família que, em 1937, cai nas graças de Hitler por escrever um livro que defende a eutanásia. Ele é então convidado a se filiar ao partido nazista e compor sua elite intelectual. Embora a princípio rejeite a idéia, a certeza de uma promoção na universidade, a idéia de agradar à jovem aluna (Jodie Wittaker) por quem se apaixonou, e, é claro, a pressão dos membros do partido, faz com que ele tome uma decisão da qual se arrependerá quando for já muito tarde.
Muito bem interpretado por Viggo Mortensen, Halder é um personagem complexo. Como o próprio título já sugere, ele é um homem bom, decente e com uma paciência infinita para com os familiares e amigos. Como todo ser humano, ele não está livre de cometer erros, mas também não chega a perder a essência do seu caráter. Isso é visível na cena em que defende e mostra carinho por sua ex-mulher, apesar de tê-la abandonado para ficar com sua aluna, e principalmente na triste cena em que se vê pela primeira vez vestido com uniforme nazista. Halder mal reconhece sua imagem no espelho. Viggo Mortensen confere ao seu personagem uma humanidade imensa, e só a expressão de seu olhar é muitas vezes suficiente para compreendermos todo o seu sentimento.
A fotografia é responsável pelo clima pesado e sério que acompanha todo o filme. Ela faz uso de tons escuros, puxados para o cinza e o marrom, ambientes fechados e meio enevoados, além de muitas cenas noturnas. Em vários momentos, a iluminação foca apenas no personagem e no que está muito próximo dele. O resto é escuridão.
Sem perder de foco o desenvolvimento do seu personagem principal, o roteiro também acerta ao passar uma boa idéia de como era a campanha nazista nos anos que antecederam a segunda guerra mundial. De fato, uma campanha bastante eficaz, que exaltava o sentimento nacionalista de boa parte do povo, e tornava os militantes obcecados por agradar ao Führer.
Não é um filme imperdível ou mesmo original, mas é expressivo, conta uma boa história e é resultado de um bom e sério trabalho.
Nota 8/10
Título Original: Good. País: Inglaterra/Alemanha. Direção: Vicente Amorim. Roteiro: John Wrathall. Elenco: Viggo Mortensen, Jason Isaacs, Jodie Whittaker, Steven Mackintosh