domingo, 8 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

Programas de auditório de perguntas e respotas valendo dinheiro fazem sucesso no mundo inteiro. O programa que conduz a história do filme vencedor de nada menos que o Oscar de melhor filme e melhor diretor (entre outros) de 2009, Quem quer ser um milionário?, tem um formato bem parecido com o que conhecemos bem aqui no Brasil: o "Jogo do Milhão", apresentado pelo lendário Silvio Santos no SBT.
A história se passa na Índia, onde o jovem Jamal resolve participar do programa para tentar a sorte e conquistar a mulher que ama. A resposta para cada pergunta que lhe é feita está em incidentes do seu passado. Alguns interessantes, outros nem tanto. E assim, enquanto ele vai acumulando rúpias, a história de sua vida é narrada.
Ainda que o filme use o programa para nos levar a fatos da vida de Jamal (Dev Patel), o que é mais interessante mesmo é a dinâmica entre Jamal e o antipático apresentador do programa (Anil Kapoor), que insiste em, discretamente, humilhá-lo, chamando-o de "menino de chá" ou "auxiliar de telemarketing".
O filme explora bem o tema da esperança. Ver um menino pobre e ignorante prestes a ganhar o maior prêmio já concedido por um programa de televisão representa para o povo a esperança, a fé, e dá ânimo para seguir a vida. Todos (ricos, pobres, o pessoal do programa, seus colegas de trabalho, os espectadores do programa e do filme) torcem por Jamal. E o final não trai as expectativas.
Quanto a história de Jamal, não supreende tanto. Pelo menos não a nós, brasileiros. Vivemos cercados de meninos como o Jamal e a temática da favela no cinema já é batida por aqui. Temos, aliás, o melhor que já foi feito nessa área: Cidade de Deus. Por mais que Danny Boyle deteste a comparação, ela é inevitável. E eu acho que ser comparado a Cidade de Deus é motivo para grande orgulho.
Gostei muito de Quem quer ser um milionário?, mas não acho que ele era o melhor candidato à estatueta (Milk pra mim, é o melhor). Mas também não achei ruim ele ter ganhado. É um filme original, divertido, envolvente e interessante. E o melhor é que ele é algo bem diferente daquilo que a academia costuma premiar: ele se passa na índia, não é falado em inglês o tempo todo e não tem um elenco de estrelas.
Nota 8/10

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