A principal personagem é Nikki Grace (Laura Dern), que interpreta uma atriz que consegue um importante papel em um filme que pode revitalizar sua carreira. Logo no início das filmagens ela é informada de que o filme na verdade é uma refilmagem, mas que o original não chegou a ser terminado porque os protagonistas foram assassinados, e que a lenda diz que o roteiro é amaldiçoado. Nikki , que já possui uma vida pessoal misteriosa e artomentada, passa a misturar sonhos, personagens e vida real entrando num pesadelo que atinge profundamente suas angústias, medos e ilusões, principalmente em relação à sua perturbada vida amorosa.
No início parecia um filme bem promissor, mas depois de algum tempo que estamos nessa “viagem” de Lynch, o filme se torna cansativo, ainda mais porque possui 3 horas de duração. Interpretar essa história é tarefa muito difícil. David Lynch é originário das artes plásticas, e experimentou nesse trabalho novas técnicas de filmagens, que influenciam fortemente na arte visual apresentada. Em várias cenas, os personagens aparecem inicialmente sem nitidez, e esta vai se definindo ao longo da cena. Cada ambiente filmado possui uma fotografia bem diferenciada, alguns sombrios, outros frios, outros com cores quentes. São várias as personagens, e a maioria muito misteriosa. O filme é bastante complexo em todos os aspectos.
Laura Dern apresenta uma atuação marcante, criando uma personagem forte em alguns momentos, frágil em outros e assustada na maioria, já que ela vive um tormento em busca de algumas respostas. Marcante também é a trilha musical do filme, que é bastante diversificada e de muito bom gosto.
Este filme dividiu a opinião da crítica. Há quem ame e quem odeie. O público em geral é bem possível que vá odiar, pois o filme é complexo e inexplicável, é uma louca viagem fantasiosa criada por Lynch. Não vou dizer que o odiei, pois reconheço várias qualidades nesta obra, mas realmente é um filme longo, difícil e bastante cansativo de se ver.