sábado, 17 de maio de 2008

Apenas Uma Vez

O projeto desse filme começou quando o diretor John Carney pediu a Glen Hassard para compor músicas que iriam servir de base para o roteiro de um filme. O resultado foi um musical lindo que conta uma suave e doce história de amor.

Uma imigrante que vive no subúrbio da Irlanda e um cantor de rua se conhecem e rapidamente descobrem afinidades musicais. Enquanto conversam sobre música, família e relacionamentos passados, nasce entre os dois uma amizade que se transforma em admiração e, enquanto se preparam para gravar um disco, um sentimento mais forte surge entre eles.

A história é mais simples do que se imagina. Não há intrigas, armações, brigas ou obstáculos a serem vencidos para que os dois possam ficar juntos. São apenas os dois, cada um com sua história de vida, seu passado e curtindo muito a companhia um do outro. Eles sequer chegam a se beijar, mas fica claro o desejo que sentem.

Não só o amor entre um homem e uma mulher é tema deste filme, mas também o amor à música. E também neste ponto o filme é bem realista. Por mais talento que o cantor tenha, nada indica que ele irá conseguir uma boa gravadora e que vá fazer sucesso. Mas ele vai tentar.

Os dois protagonistas demonstram seu amor pela música em situações cotidianas, como na cena em que ele canta pra ela a história de seu relacionamento passado, e na belíssima cena em que ela sai à noite para comprar pilhas e volta pra casa cantando a música que compôs, sem se importar com o fato de estar de pijamas e pantufas. Apenas a música para ela era importante naquele momento, ela estava completamente absorvida pela canção e nitidamente feliz.

Todos os personagens são muito cativantes, e uma fria Irlanda contrasta com os aconchegantes cenários fechados.

Este é um filme capaz de envolver completamente o espectador, pois as músicas são ótimas, as cenas são lindas e a história é comovente. Dá pena quando acaba. O Oscar de melhor canção com certeza foi muito pouco para Apenas uma Vez. Ele poderia muito bem estar concorrendo na categoria principal da premiação, pois é um grande filme.

Nota 10!!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Os Reis da Rua

Um policial corajoso e durão que perdeu a esposa, corrupção entre policiais, intrigas, um carrão e muitas cenas de briga. Esses são os elementos básicos da maioria dos filmes policiais. Os Reis da Rua, de David Ayer, não foge à regra.

Logo nas primeiras cenas, o detetive Tom Ludlow, interpretado por Keanu Reeves, participa de uma ação onde ele sozinho extermina um grupo de seqüestradores. Em seguida entra em cena o capitão Jack Wander (Forest Whitaker), chefe do departamento do detetive Ludlow, e que ao longo da trama irá livrar o detetive de situações complicadas causadas por sua insubordinação às regras da polícia. Em um tiroteio, Ludlow é acusado de matar seu amigo e ex-parceiro na polícia. Movido pela vingança, ele sai em busca dos verdadeiros assassinos do seu amigo.

Mais eu não posso contar aqui, mas pouca coisa no filme nos causa surpresa. O desfecho é bem previsível. O mais legalzinho é a dinâmica entre Ludlow e um policial novato que entra em seu departamento. Entretanto, pode-se dizer que o filme é bem conduzido, pois, mesmo previsíveis, as cenas provocam uma expectativa em quem o assiste.

De maneira geral, todos os atores estão bem no papel, exceto a atriz que interpreta a esposa do policial assassinado. Seu personagem não é nada convincente. Ela tem expressões e ações que nada refletem a dor de uma recém-viúva. As cenas das quais ela participa soam incrivelmente artificiais.

Apesar de esquemático, o filme conta com boas atuações, boa edição e um dinamismo que o salva de ser aborrecido.


Nota 7/10