quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Festa da Menina Morta



Esse com certeza não é filme fácil de ser digerido. Eu o assisti no domingo à noite, e até agora ele não saiu da minha cabeça. E por ele me fazer pensar tanto, já o considero bom. Saí da sessão sem palavras, sem consegui fazer um comentário.
São pelo menos dois personagens muito complexos. Primeiro o Santinho (Daniel de Oliveira): um jovem perturbado que tem uma relação de incesto com o pai, tem medo de colocar os pés na rua, vive em um ambiente clautrofóbico, mas é venerado e tido por milagreiro na região da sua pequena e pobre cidade. O segundo é Tadeu (Juliano Cazarré), irmão da tal "menina morta". Esse, ao contrário de todos, duvida milagre, mas ainda assim demonstra respeito pelo Santinho, e esse seu conflito pessoal o faz sofrer imensamente.
O filme de estréia de Matheus Nachtergaele na direção fala sobre crenças, rituais, sofrimento, comunidade, esperança e dor. Me pareceu um filme fechado, como se nós não pudéssemos nos intrometer naquela história. Talvez devido à maneira como o povo daquela cidade lida com essa situação. O que para nós parece descabido para eles é natural. O tom de realidade que Nachtergaele emprega nos faz crer que para eles aquilo é realmente natural, e que nós, de fora, temos de aceitar. Somos observadores.
Nota 8/10

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