sábado, 28 de março de 2009

Filmes

Entre os Muros da Escola


Entre os Muros da Escola (2007): Ótimo filme. Vencedor da Plama de Ouro do festival de Cannes de 2008, vem para retratar de forma definitiva a difícil relação entre professores e adolescentes na sala de aula. Um aspecto meio documental, atores amadores e uma realidade presente no mundo todo. Essa sala de aula bem poderia estar situada em uma escola municipal brasileira, ao invés de estar em Paris.


Nota 8/10


5 Frações de Quase Uma História (2008): Projeto brasileiro filmado por vários diretores em Belo Horizonte. Trata-se de um filme regular, que, com altos e baixos, nos conta 5 histórias. A primeira e a última são de fato as melhores. A primeira devido à grande atuação de Leonardo Medeiros interpretando um fotógrafo obcecado por pés femininos. A fotografia em preto-e-branco é interessante por fazer o filme reproduzir as lentes do personagem. A última história é um inusitado e divertido desfecho para o filme.


Nota 7/10


Parente... é Serpente (1992): Comédia italiana muito interessante. Começa com uma reunião de família no natal, com todos se esforçando para que a data seja comemorada com harmonia, alegria e amor. Mas quando a matriarca anuncia que um dos quatro filhos deverá acolher a ela e ao marido para o resto da vida, começa uma verdadeira guerra entre os irmãos. Comendo e falando o tempo todo, essa animada família nos oferece bons momentos de diversão.


Nota 8/10


A Duquesa (2008): Filme morno e muito parecido com o Maria Antonieta de Sofia Coppola, que ainda é mais interessante que esse longa de Saul Dibb. Apenas conta a história da vida de uma duquesa (Keira Knightley) que se casou por um homem (Ralph Fiennes) que não a amava e a traía, e acabou se apaixonando e tendo um caso com um antigo amigo (Dominic Cooper). No final, ela tem que optar entre seu amante e seus filhos. A história é baseada em fatos reais.


Nota 7/10


Encarnação do Demônio (2008): Último filme de José Mojica Marins, ganhador de diversos prêmios de cinema. Ainda que não seja nenhuma super produção, muito pelo contrário, consegue oferecer momentos assustadores devido às terríveis torturas comandadas pelo Zé do Caixão e às alucinações que o pertubam. Mas o roteiro se perde várias vezes e é infantil em muitos momentos, especialmente os da caçada dos policiais ao coveiro. Imagine... apenas dois policias vingativos procurando o criminoso mais cuel da cidade, e se dando mal o tempo todo. Mais parece filme dos trapalhões. Não convence.


Nota 5/10


sábado, 21 de março de 2009

Três últimos filmes

Watchmen


Medos Privados em Lugares Públicos (2006): Hum... gostei, mas realmente esperava mais. Na verdade, a única coisa que eu sabia é que ele era francês e que foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Não pude assistí-lo no cinema e estava ansiosa para que ele saísse em DVD. O que causou minha pequena decepção foi a velha fórmula das histórias paralelas, mas que se encontram algum ponto. Neste caso, há sempre um personagem ligando uma história, ou melhor dizendo, um drama a outro. São histórias tristes, que discutem o tema da solidão. Todos os atores estão ótimos, e é o que há de mais marcante nesse longa de Alain Resnais. Adorei o título em português.


Nota 7/10



Watchmen (2009) : Esse é no mínimo diferente. Me surpreendi muito ao perceber que era um filme para adulto, e que fui tratada como tal. Não posso dizer muito sobre um filme baseado em uns quadrinhos que eu nunca li. Mas vou tentar assim mesmo... é um filme regular. Apesar de longo, nunca é cansativo. Ação, envolvimento entre os personagens e reflexão estão presentes nesse longa que, felizmente, parece não ter pressa e gasta o tempo necessário para tentar contar a história de um grupo de heróis aposentados, não deixando muito perdido quem não conhecia os quadrinhos (como eu). É um filme que abusa da violência e exibe cenas realmente chocantes, embora eu entenda que isso é necessário para melhor compreensão dos personagens. Fotografia e efeitos visuais nota 10. As cenas em marte e a perfeição do Dr. Manhattan (aliás, um personagem interessantíssimo) são dignas de nota. No mais, alguns clichés típicos do gênero. Também não gostei daquela história do Ozymandias na Artártida, que surgiu muito repentinamente para dar um desfecho à história, com direito à ouvirmos da boca do vilão o seu plano. Mas no geral, um filme interessante.


Nota 7/10


Busca Implacável (2008): Achei forçada a desculpa para criar a situação que levaria Bryan Mills (Liam Neeson) à sua busca desesperada por encontrar sua filha raptada em Paris. Seria melhor se ela não tivesse sido sequestrada tão rapidamente, só para dar razão à neurose do pai. Um filme nada surpreendente, mas que, devido à velocidade dos acontecimentos, à tensão que ele desperta, à convincente atuação de Neeson e à sua curta duração, consegue não nos fazer sofrer.


Nota 6/10

domingo, 8 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

Programas de auditório de perguntas e respotas valendo dinheiro fazem sucesso no mundo inteiro. O programa que conduz a história do filme vencedor de nada menos que o Oscar de melhor filme e melhor diretor (entre outros) de 2009, Quem quer ser um milionário?, tem um formato bem parecido com o que conhecemos bem aqui no Brasil: o "Jogo do Milhão", apresentado pelo lendário Silvio Santos no SBT.
A história se passa na Índia, onde o jovem Jamal resolve participar do programa para tentar a sorte e conquistar a mulher que ama. A resposta para cada pergunta que lhe é feita está em incidentes do seu passado. Alguns interessantes, outros nem tanto. E assim, enquanto ele vai acumulando rúpias, a história de sua vida é narrada.
Ainda que o filme use o programa para nos levar a fatos da vida de Jamal (Dev Patel), o que é mais interessante mesmo é a dinâmica entre Jamal e o antipático apresentador do programa (Anil Kapoor), que insiste em, discretamente, humilhá-lo, chamando-o de "menino de chá" ou "auxiliar de telemarketing".
O filme explora bem o tema da esperança. Ver um menino pobre e ignorante prestes a ganhar o maior prêmio já concedido por um programa de televisão representa para o povo a esperança, a fé, e dá ânimo para seguir a vida. Todos (ricos, pobres, o pessoal do programa, seus colegas de trabalho, os espectadores do programa e do filme) torcem por Jamal. E o final não trai as expectativas.
Quanto a história de Jamal, não supreende tanto. Pelo menos não a nós, brasileiros. Vivemos cercados de meninos como o Jamal e a temática da favela no cinema já é batida por aqui. Temos, aliás, o melhor que já foi feito nessa área: Cidade de Deus. Por mais que Danny Boyle deteste a comparação, ela é inevitável. E eu acho que ser comparado a Cidade de Deus é motivo para grande orgulho.
Gostei muito de Quem quer ser um milionário?, mas não acho que ele era o melhor candidato à estatueta (Milk pra mim, é o melhor). Mas também não achei ruim ele ter ganhado. É um filme original, divertido, envolvente e interessante. E o melhor é que ele é algo bem diferente daquilo que a academia costuma premiar: ele se passa na índia, não é falado em inglês o tempo todo e não tem um elenco de estrelas.
Nota 8/10