Ops! Há tempos não posto nada aqui... dessa vez não vou tentar justificar nem atualizar minha lista dos útlimos filmes assistos. Mas quero comentar os filmes que vi nesse final de semana.
A Era da Inocência (2006): filme canadense de Denys Arcand (O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras). Infelizmente, esse não tem metade da qualidade dos outros filmes de Arcand. Não que ele seja ruim... mas é bobo. De forma alguma era necessário nos mostrar tantas vezes as fantasias do protagonista. Até porque elas não são nada especiais ou originais. A vida real, rotineira e desinteressante de Jean-Marc LeBlanc já tem força dramática suficiente para desenvolver uma boa história. Também achei meio bizarro aquela cidade medieval onde as pessoas assumem suas fantasias... mas vá lá... pelo menos é original.
Interessante mesmo são as histórias sofridas e absurdas que os clientes de LeBlanc lhe contam e sua reação. Mostra até mesmo o triste fim que levou Pierre (personagem de As Invasões Bárbaras) e seu casamento com aquela mulher insuportável. As melhores partes do filme são aquelas que se passam no local de trabalho de LeBlanc. A cena em que seu superior lhe chama a atenção por dizer que seu colega de trabalho (que é negro) "trabalha como um negro" é impagável. Segundo o filme, a língua francesa teria eliminado de seu vocabulário palavras como "negro" e "anão", devendo ser substituídas por "de origem equatorial" e "pessoa pequena", respectivamente. Por várias vezes, Denys Arcand aproveita para criticar política e hábitos quebecoises, como o fez em seus outros filmes.
Não posso deixar de dizer que o filme lembra em muitos apectos o Beleza Americana de Sam Mendes. Ambos os protagonistas levam uma vida burocrática e entediante, suas esposas possuem a mesma profissão e valores, e suas filhas adolescentes os desprezam. Os dois filmes ainda criticam a vida moderna e o capitalismo em seus países. Nota 6/10
A Eternidade e Um Dia (1998): filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 98. É um desses filmes difícil de analisar... difícil explicar porque gostei dele. É um dos filmes mais lentos que já vi, e no início fiquei me perguntando o que esse filme tinha demais pra ter ganhado prêmio tão nobre. Mas sem perceber fui me envolvendo e vi cenas que eu jamais esquecerei; e são justamente as cenas onde praticamente não há diálogo (na verdade, quase não há diálogo algum no filme), como a dos noivos dançando em praça pública, e principalmente a volta de ônibus que o protagonista faz com o menino refigiado que ele ajuda a cruzar a fronteira. São cenas de uma sensibilidade, beleza e musicalidade tocantes, e que dispensam qualquer ação ou conversa. Dirigido por Theo Angelopoulos. Nota 9/10
Amantes (2009): Amantes é um filme bom. Só isso. Como também é apenas bom o trabalho anterior (Os Donos da Noite) do diretor James Gray. É a história de um homem depressivo por causa de uma relação frustrada que agora se encontra dividido entre uma mulher que pode lhe dar um futuro mais estável e outra que lhe desperta a paixão mas é também problemática. As atuações são boas, os personagens são interessante e o filme é bem conduzido, mas é tudo muito previsível e sem muita originalidade. Nota 7/10
O Casamento (1975): Baseado na obra de Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor conta a história e os podres de uma família burguesa carioca às vésperas do casamento da filha (a linda Adriana Prieto, que morreu dias depois da filmagem). O filme mantém toda a força dramática do escritor e supreende o espectador a cada momento com a imprevisibilidade dos personagens. Apenas não gosto de algumas cenas que ficaram teatrais e cansativas demais no filme, como a que se passa na casa de um rapaz gay. No mais, um ótimo filme. Nota 8/10
Up- Altas Aventuras (2009): O início do filme é espetacular. A maneira como é contada a história de amor entre Carl e Ellie é extremente rápida, bonita e eficiente. Também é muito bacana a viagem de balão que Carl faz até a América do Sul. A aventura que ele vive lá eu já não achei assim tão interessante. Todos aqueles cachorros falantes e o vilão Charles Muntz não me causaram nenhuma emoção. Mas tem momentos bons e divertidos, principalmente a iteração do velho Carl com o menino Russel. Em termos de animação, Coraline ainda está imbatível esse ano!!! Nota 7/10
Eu Te Amo, Cara (2009): Comédia romântica (gay?) muito fraquinha... O filme todo é o Peter procurando um amigo para ser seu padrinho de casamento, já que ele só tem amigas mulheres. O único mérito do filme é que deixa o espectador se perguntando o tempo todo se ele é gay ou não. E essa é uma pergunta o filme não responde. Fora isso, os personagens parecem retardados mentais a maior parte do tempo... haja paciência!! Repetitivo e sem graça, esse filme de John Hamburg provoca mais sono do que divertimento. Nota 4/10!!
domingo, 29 de novembro de 2009
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