domingo, 29 de novembro de 2009

Filmes do final de semana

Ops! Há tempos não posto nada aqui... dessa vez não vou tentar justificar nem atualizar minha lista dos útlimos filmes assistos. Mas quero comentar os filmes que vi nesse final de semana.


A Era da Inocência (2006): filme canadense de Denys Arcand (O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras). Infelizmente, esse não tem metade da qualidade dos outros filmes de Arcand. Não que ele seja ruim... mas é bobo. De forma alguma era necessário nos mostrar tantas vezes as fantasias do protagonista. Até porque elas não são nada especiais ou originais. A vida real, rotineira e desinteressante de Jean-Marc LeBlanc já tem força dramática suficiente para desenvolver uma boa história. Também achei meio bizarro aquela cidade medieval onde as pessoas assumem suas fantasias... mas vá lá... pelo menos é original.

Interessante mesmo são as histórias sofridas e absurdas que os clientes de LeBlanc lhe contam e sua reação. Mostra até mesmo o triste fim que levou Pierre (personagem de As Invasões Bárbaras) e seu casamento com aquela mulher insuportável. As melhores partes do filme são aquelas que se passam no local de trabalho de LeBlanc. A cena em que seu superior lhe chama a atenção por dizer que seu colega de trabalho (que é negro) "trabalha como um negro" é impagável. Segundo o filme, a língua francesa teria eliminado de seu vocabulário palavras como "negro" e "anão", devendo ser substituídas por "de origem equatorial" e "pessoa pequena", respectivamente. Por várias vezes, Denys Arcand aproveita para criticar política e hábitos quebecoises, como o fez em seus outros filmes.

Não posso deixar de dizer que o filme lembra em muitos apectos o Beleza Americana de Sam Mendes. Ambos os protagonistas levam uma vida burocrática e entediante, suas esposas possuem a mesma profissão e valores, e suas filhas adolescentes os desprezam. Os dois filmes ainda criticam a vida moderna e o capitalismo em seus países. Nota 6/10

A Eternidade e Um Dia (1998): filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 98. É um desses filmes difícil de analisar... difícil explicar porque gostei dele. É um dos filmes mais lentos que já vi, e no início fiquei me perguntando o que esse filme tinha demais pra ter ganhado prêmio tão nobre. Mas sem perceber fui me envolvendo e vi cenas que eu jamais esquecerei; e são justamente as cenas onde praticamente não há diálogo (na verdade, quase não há diálogo algum no filme), como a dos noivos dançando em praça pública, e principalmente a volta de ônibus que o protagonista faz com o menino refigiado que ele ajuda a cruzar a fronteira. São cenas de uma sensibilidade, beleza e musicalidade tocantes, e que dispensam qualquer ação ou conversa. Dirigido por Theo Angelopoulos. Nota 9/10

Amantes (2009): Amantes é um filme bom. Só isso. Como também é apenas bom o trabalho anterior (Os Donos da Noite) do diretor James Gray. É a história de um homem depressivo por causa de uma relação frustrada que agora se encontra dividido entre uma mulher que pode lhe dar um futuro mais estável e outra que lhe desperta a paixão mas é também problemática. As atuações são boas, os personagens são interessante e o filme é bem conduzido, mas é tudo muito previsível e sem muita originalidade. Nota 7/10

O Casamento (1975): Baseado na obra de Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor conta a história e os podres de uma família burguesa carioca às vésperas do casamento da filha (a linda Adriana Prieto, que morreu dias depois da filmagem). O filme mantém toda a força dramática do escritor e supreende o espectador a cada momento com a imprevisibilidade dos personagens. Apenas não gosto de algumas cenas que ficaram teatrais e cansativas demais no filme, como a que se passa na casa de um rapaz gay. No mais, um ótimo filme. Nota 8/10

Up- Altas Aventuras (2009): O início do filme é espetacular. A maneira como é contada a história de amor entre Carl e Ellie é extremente rápida, bonita e eficiente. Também é muito bacana a viagem de balão que Carl faz até a América do Sul. A aventura que ele vive lá eu já não achei assim tão interessante. Todos aqueles cachorros falantes e o vilão Charles Muntz não me causaram nenhuma emoção. Mas tem momentos bons e divertidos, principalmente a iteração do velho Carl com o menino Russel. Em termos de animação, Coraline ainda está imbatível esse ano!!! Nota 7/10


Eu Te Amo, Cara (2009): Comédia romântica (gay?) muito fraquinha... O filme todo é o Peter procurando um amigo para ser seu padrinho de casamento, já que ele só tem amigas mulheres. O único mérito do filme é que deixa o espectador se perguntando o tempo todo se ele é gay ou não. E essa é uma pergunta o filme não responde. Fora isso, os personagens parecem retardados mentais a maior parte do tempo... haja paciência!! Repetitivo e sem graça, esse filme de John Hamburg provoca mais sono do que divertimento. Nota 4/10!!