domingo, 31 de agosto de 2008

Chega de Saudade


Show, muita dança, paqueras, bebidas, beijos ardentes, sexo, brigas, traição, reconciliação, solidão. Tudo isso acontece em um salão de baile para pessoas da terceira idade. Usando apenas um cenário e os acontecimentos de uma noite, a diretora Laís Bodanzky mostra o universo de um grupo de pessoas que não acha que a vida acaba com a velhice.
Trata-se de um belíssimo filme, muito realista, envolvente e com aguçada sensibilidade. Muito inteligente a inclusão na trama do personagem Bel, interpretado com grande competência pela atriz Maria Flor. Seu personagem resgata a juventude e provoca naqueles que com ela contracenam sentimentos diversos e inesperados naquele ambiente.
Esse filme me fez esquecer totalmente o que estava à minha volta e assistir a tudo que acontecia naquele salão como se eu estivesse lá, sentada em uma mesa e observando tudo de perto. Walter Carvalho (O Céu de Suely), diretor de fotografia, é em grande parte responsável por esse aspecto realista do filme.
Chega de Saudade é o segundo filme de Laís Bodanzky, diretora de Bicho de Sete Cabeças.

Nota 9/10

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sicko - S.O.S. Saúde


Sicko é um documentário interessante, mas não é nenhuma obra-prima. Dessa vez Michael Moore realiza uma pesquisa sobre o sistema de saúde americano, atacando especialmente as estratégias dos planos de saúde para maximizar seus lucros às custas da saúde daqueles que pagam os planos. O diretor expõe a situação, mostra depoimentos de pessoas prejudicadas e denuncia os políticos coniventes. Também é feita uma comparação do sistema de saúde dos EUA com o da Inglaterra e França. Tudo isso feito com humor, é claro, pois trata-se de Michael Moore. Mas um humor não muito original, e não sei se gosto da maneira como ele explora o emocional das pessoas e força as respostas. De qualquer forma, uma boa fonte de informações e mais uma vez nos dá uma boa noção do que é esse jeito individualista do americano.

Nota 7/10

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

DVD

Exuberante Deserto

Exuberante Deserto tem uma das cenas mais bonitas que eu já vi no cinema: um homem (um verdadeiro cavalheiro) de certa forma estranho ao ambiente em que está, convida sua namorada para dançar quando um outro personagem começa a tocar uma canção no piano. A princípio, são olhares de reprovação que eles recebem, mas segundos depois, é impossível não ficar embalado pela música e pela emoção contagiante daquele casal.

Esse filme conta a história de um povo que vive em comunidade, segundo algumas regras rígidas por ela estabelecidas. Por um lado, todos têm o que precisam, e todos são iguais. Por outro lado, as liberdades individuais são reprimidas. Vemos boa parte do filme sob a ótica de Dvir, filho pré-adolescente da emocionalmente perturbada Miri. Ele aos poucos vai percebendo que aquela sociedade vive de aparências e que por baixo daquela casca há muita coisa podre (muito me lembrou aquela sociedade criada por Lars Von Trier em Dogville). Mas como Dvir não é submisso ao ponto de vista que lhe ensinaram a ter, ele tenta desesperadamente salvar sua mãe da depressão. E isso o ator Tomer Steinhof faz muito bem, pois soube representar com leveza essa fase da vida, onde não se é mais criança e nem adulto.

Exuberante Deserto é uma co-produção entre Israel, Japão e Alemanha, e foi o filme vencedor do Urso de Vidro no Festival de Berlim 2007.

Nota 10!!



O Pequeno Italiano

Filme russo do diretorAndrei Kravchuk. Poucos conseguem contar uma história de crianças em orfanato que soe tão verdadeiro. Isso porque o filme demonstra a real maturidade que essas crianças desenvolvem, já que não vivem em nenhum sonho de fadas. Kolya Spiridonov, que faz o papel do pequeno italiano, é muito carismático e emociona por sua simplicidade e perseverança.

Nota 8/10


Smiley Face - Louca de dar nó

Esse é um dos piores filmes que eu já vi na vida. Aluguei-o porque ele participou do festival INDIE de cinema no ano passado, e por isso eu achei ele teria chances de ser bom. Mas é uma droga, confesso que nem consegui assistir até o final. Comédia nerd nada interessante, irritante e ruim de dar dó.

Nota 2/10

Jumper

Jumper não passa de uma historinha fraca de perseguição com algumas cenazinhas de ação onde o que salva são os efeitos especiais. Fora isso, são só cenas clichês de adolescentes americanos achando que são adultos. Nenhuma interpretação que preste e nada realmente interessante. E o cabelo branco que Samuel Jackson usa para interpretar o caçador de Jumpers é ridículo e tosco.

Nota 5/10