terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

Ainda que eu tenha achado o filme um pouco longo demais, não posso negar que ele me manteve o tempo todo atenta e curiosa para o saber como seria a próxima fase da vida desse inusitado personagem que dá nome ao filme.

Benjamin Button (Brad Pitt) já nasceu velho, e, ao contrário de todo mundo, rejuvenescia com o passar do tempo. O filme conta a história de sua vida desde seu nascimento até a sua morte. Ao longo dessa trajetória, várias pessoas passam pela vida de Benjamin. Daisy (Cate Blanchet), seu grande amor, é quem ganha maior destaque, e de uma forma ou de outra está presente em todas as fases da vida do protagonista. Sim, há muitas semelhanças com Forest Gump, o que é explicado pelo fato desses dois filmes terem sido escritos pelo mesmo roteirista.

A terceira idade recebe nesse filme uma atenção especial. A fase da vida de Benjamin que é mais explorada é aquela em que ele se apresenta como um velho. E nessa fase ele vive justamente em um asilo, lugar para onde ele ainda retorna em vários momentos de sua vida. Por mais que ele rejuvenesça, ele convive o tempo todo com a velhice a com a morte. Até mesmo Daisy ganha mais destaque no filme quando se torna velha. Pela adolescência e infância de Benjamin, o filme passa bem rápido.

Fantasioso e carregado por uma trilha sonora forte, marcante e bela, o filme trata de temas relacionados à morte, a passagem do tempo e o amor. Ainda que predomine um tom de melancolia e reflexão (embora também tenha seus momentos de comédia), nada nesse filme é tratado de forma muito dramática, o que por vezes me causou até um certo estranhamento. Mas melhor assim.

A história do relógio que anda em sentido anti-horário foi uma das coisas que eu não gostei. Parece que ela foi inserida na trama como uma justificativa para o fato de Benjamin também caminhar contra o tempo. Mas além dessa relação não ser convincente, é totalmente desnecessária. Outra coisa que também não me agradou foi o pretexto para a história de Benjamin ser narrada. Um diário contendo uma série de revelações que uma mãe pede para a filha ler em seu leito de morte é algo extremamente batido. Nesse caso, só serviu para interromper várias vezes a ótima história de Benjamin Button e para prolongar o filme. A inserção do pai de Benjamin na trama também ficou meio solta.

Brad Pitt, mais uma vez, teve uma ótima atuação. Não deve ser nada fácil representar uma criança em um corpo de velho ou um jovem que carrega consigo toda a experiência de uma vida fora do comum. Mas Brad Pitt atuou com muita naturalidade. Cate Blanchet, Tilda Swinton e Jared Harris também apresentaram resultados satisfatórios.

Não me pareceu de forma alguma um filme de David Fincher; desse eu esperava algo menos emotivo. Mas gostei muito do filme, e especialmente do final (da história de Benjamin, não das cenas do hospital ou do relógio), que encerra de forma bela e coerente toda a trajetória desse curioso personagem.

Nota 8/10

Título Original: The Curious Case of Benjamin Button. País: EUA. Direção: David Fincher. Roteiro: Eric Roth. Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Jason Flemyng, Elias Koteas, Taraji P. Henson, Elle Fanning, Ted Manson, Jared Harris, Tilda Swinton.

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