quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Pausa de Carnaval no Cinemosa


Retorno dia 11/02....

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Caçador de Pipas


Publicado em 2004, o romance O caçador de Pipas, de Khaled Hosseini, logo se tornou um best-seller. Trata-se realmente de uma bela história sobre amizade, culpa e guerra. O filme é uma adaptação muito bem feita desta obra. Dizer que o livro é sempre melhor que o filme, é lugar comum. Afinal, quando lemos um livro, somos nós quem criamos as imagens na nossa cabeça, e damos maior ou menor importância à cada cena e a cada personagem. O filme é a interpretação de um diretor. Porque estou dizendo isso? Porque tem muita gente dizendo que o filme é menos dramático do que o livro, que diminuiu a força da história. Aqui eu vou tentar analisar o que eu vi, e não se o livro é melhor do que o filme, ou vice-versa.

Já na primeira cena do filme, Amir recebe a ligação de um velho amigo que lhe diz “ainda há um jeito de ser bom de novo”. Tomando essa frase como ponto de partida, o filme já cria a expectativa de uma boa história, pois o personagem que nos foi apresentado não aparenta ser uma má pessoa. O que teria acontecido então? A partir desse ponto, temos o Afeganistão da década de 70 como cenário, e uma bela e triste história sobre a amizade de dois meninos afegãos. Com certeza é uma das mais emocionantes histórias de amizade que eu já vi no cinema. A amizade incondicional de um menino por seu amigo e patrão.

Amir, filho de um rico empresário, sonha em ser escritor, profissão que desagrada ao pai. Mas essa não é a única crítica que Amir sofre de seu Baba. O jeito mais quieto do menino, e sua passividade diante de situações de confronto deixam Baba constantemente preocupado e decepcionado. Amir, que já carrega a culpa do falecimento de sua mãe, que morreu durante seu parto, sente-se sozinho, sabendo que não tem o amor completo do pai. Hassan, filho do empregado, é o único e verdadeiro amigo de Amir. Mas é também um empregado, e Amir sabe utilizar isso a seu favor. Quando precisa de um amigo para ir ao cinema ou contar as histórias que escreve, logo chama Hassan, mas quando não o quer por perto, o dispensa com frieza.

Só por conhecer o personagem de Hassan, o filme já valeria à pena. Ele é uma daquelas raras pessoas que só carregam bondade no coração. Apesar das terríveis situações por que passa na infância por causa de Amir, e da vida sacrificada que tem depois da invasão russa ao Afeganistão, não perde a sua essência, que é toda feita de amor e sinceridade. Um carta que ele escreve a Amir, muitos anos depois que Amir e seu pai fogem do país, revela sua ingenuidade e pureza de sentimentos.

O diretor constrói muito bem o caráter dos personagens, e os atores respondem à altura, sendo muito convincentes. Não é aquela coisa forçada que poderia fazer soar falsa e dissimulada a covardia de Amir e o amor de Hassan. Pelo contrário, tudo que é mostrado até a parte em que Amir, já adulto, retorna ao Afeganistão, parece ser muito natural, muito real. Tenho algumas reservas com relação à última parte do filme, quando Amir vive uma aventura para resgatar o filho de Hassan, e, principalmente, para se redimir de seu grande erro do passado.

A situação política e social do Afeganistão também é focada nesta obra. Após a invasão Russia, os afegãos perderam a liberdade e a dignidade. O filme retrata a devastação do país e da população que não pode fugir do massacre dos grupos radicais que tomaram o poder. Mais um aspecto triste do filme, principalmente, porque essa parte não é ficção.

Não posso deixar de mencionar uma cena muto bem feita do filme, que é a competição de pipas. Não me lembro de ter visto nada parecido no cinema. Primeiro, o próprio destaque que é dado à pipa, um elemento universal da infância, e que neste filme também é uma metáfora da liberdade, algo que é tomado dos afegãos. Depois as cenas que mostram as pipa do alto, e a cidade em baixo, como pano de fundo, são maravilhosas.

O final não decepciona. Felizmente, Hollywood não trocou o final da obra original por um final super feliz. O passado dos personagens é muito marcante para que eles pudessem esquecer tudo e viver uma “vida feliz na américa”. Se para alguns personagens a vida até tende a melhorar, para grande parte dos afegãos restam poucas esperanças de voltar a viver em paz.


Nota 9/10

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Estréias do dia 25/01


Três grandes estréias essa semana!!

Primeiro, o vencedor da palma de ouro em Cannes 2007: o romeno 4 meses, 3 semanas e 2 dias. Não há quem já tenha visto o filme e não tenha gostado... só os loucos da Academia que deixaram ele de fora do Oscar.

Paranoid Park é o esperadíssimo novo filme de Gus Van Sant (diretor do ótimo Elefante). Fez muito sucesso no Festival do Rio e Mostra de São Paulo.

O Gangster parece ser um bom filme, foi razoavelmente bem recebido pelo público e crítica.

Terminam aqui as grandes estréias, agora vem as incertezas...

Nicolas Cage está em mais um papel de dar medo no filme “A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos Segredos”, onde ele banca o Indiana Jones. Torço para que não venha a afundar mais ainda a carreira desse ex-grande ator, mas tá difícil ser otimista...

Bolas da fúria é uma comédia com Christopher Walken (de Penetras Bons de Bico). Vestida para Casar também é comédia, mas com um toque feminino a mais. O cartaz até que é legal, já o filme... só vendo... atualmente poucas comédias românticas salvam.

Ainda não sei se esse final de semana irei assistir ao Caçador de Pipas ou Paranoid Park... dúvida cruel...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Notícia tristíssima....



Faleceu hoje o ator australiano Heath Ledger, de apenas 28 anos.

Ledger interpretou um dos caubóis do filme O Segredo de Brokeback Mountain; foi o maior papel de sua carreira. Por coincidência, revi esse filme neste último final de semana, e ainda estou com as cenas frescas na memória, o que aumentou o impacto da notícia.

Ledger está também no novo filme do Batman, com estréia prevista para julho. Neste filme, ele interpreta o coringa, e sua atuação, pelo que dizem, é excepcional. Ele participa ainda do Não Estou lá, filme que também ainda não foi lançado no Brasil. Neste, ele é um dos atores que interpreta Bob Dylan.

Ledger tinha de fato uma carreira promissora... mas foi encontrado morto em seu apartamento em NY por volta de 15H26, horário de NY. Ainda não se sabe a causa da morte, mas suspeita-se de overdose ou suicídio.
Uma pena....

Indicados ao Oscar 2008


Segue a lista dos indicados ao Oscar 2008.

A premiação (com ou sem a grande festa) será anunciada no dia 24 de fevereiro.


Melhor filme

Juno
Onde os fracos não têm vez
Sangue negro
Desejo e reparação
Conduta de risco

Melhor diretor

Julian Schnabel (“O escafandro e a borboleta”)
Joel e Ethan Coen (“Onde os fracos não têm vez”)
Tony Gilroy (“Conduta de risco”)
Jason Reitman (“Juno”)
Paul Thomas Anderson (“Sangue negro”)

Melhor ator

Daniel Day-Lewis (“Sangue negro”)
Johnny Depp (“Sweeney Todd – o barbeiro demoníaco da Rua Fleet”)
George Clooney (“Conduta de risco”)
Tommy Lee Jones (“No vale das sombras”)
Viggo Mortensen (“Senhores do crime”)

Melhor ator coadjuvante

Javier Bardem (“Onde os fracos não têm vez”)
Tom Wilkinson (“Conduta de risco”)
Hal Holbrook (“Na natureza selvagem”)
Casey Affleck (“O assassinato de Jesse James”)
Philip Seymour Hoffman (“Jogos do poder”)

Melhor atriz

Julie Christie (“Longe dela”)
Marion Cotillard (“Piaf – um hino ao amor”)
Ellen Page (“Juno”)
Cate Blanchett (“Elizabeth – the golden age”)
Laura Linney (“The savages”)

Melhor atriz coadjuvante

Cate Blanchett (“Não estou lá”)
Amy Ryan (“Medo da verdade”)
Saoirse Ronan (“Desejo e reparação”)
Tilda Swinton (“Conduta de risco”)
Ruby Dee (“O gângster”)

Melhor longa de animação

Ratatouille
Persépolis
Tá dando onda
Melhor filme em língua estrangeira

"The counterfeiters”, de Stefan Ruzowitzky (Áustria)
“Beaufort”, de Joseph Cedar (Israel)
“Mongol”, de Sergei Bodrov (Cazaquistão)
“Katyn”, de Andrzej Wajda (Polônia)
“12”, de Nikita Mikhalkov (Rússia)

Melhor roteiro original

Juno
The savages
Ratatouille
Conduta de risco
Lars and the real girl

Melhor roteiro adaptado

O escafandro e a borboleta
Onde os fracos não têm vez
Desejo e reparação
Longe dela
Sangue negro

Melhor direção de arte

O gângster
Desejo e reparação
A bússola de ouro
Sweeney Todd – o barbeiro demoníaco da rua Fleet
Sangue negro

Melhor fotografia

O assassinato de Jesse James...
Desejo e reparação
O escafandro e a borboleta
Onde os fracos não têm vez
Sangue negro

Melhor mixagem de som

O ultimato Bourne
Onde os fracos não têm vez
Ratatouille
3:10 to Yuma
Transformers

Melhor edição de som

O ultimato Bourne
Ratatouille
Onde os fracos não têm vez
Sangue negro
Transformers

Melhor trilha sonora original

Dario Marianeli (“Desejo e reparação”)
Alberto Iglesias (“O caçador de pipas”)
Marco Beltrami (“3:10 to Yuma”)
James Newton Howard (“Conduta de risco”)
Michael Giacchino (“Ratatouille”)

Melhor canção original

“Falling slowly”, de Glen Hansard e Marketa Irglova (“Once”)
“Happy working song”, de Alen Menken e Stephen Schwartz (“Encantada”)
“Raise it up”, autor a ser determinado (“August rush”)
“So close”, de Alan Menken e Stephen Schwartz (“Encantada”)
“That’s how you know”, de Alan Menken e Stephen Schwartz (“Encantada”)

Melhor figurino

Across the universe
Desejo e reparação
Elizabeth: a era de ouro
Piaf – um hino ao amor
Sweeney Todd – o barbeiro demoníaco da rua Fleet

Melhor documentário

No end in sight
Operation homecoming
SOS saúde
Taxi to the dark side
War/dance

Melhor documentário de curta-metragem
Freeheld
La corona
Salim Baba
Sari’s mother
Melhor edição

O ultimato Bourne
O escafandro e a borboleta
Na natureza selvagem
Onde os fracos não têm vez
Sangue negro

Melhor maquiagem

Piaf – um hino ao amor
Norbit
Piratas do Caribe – no fim do mundo

Melhor animação de curta-metragem

I met the Walrus
Madame Tutli-Putli
Meme lês pigeons vont au paradis
My love
Peter and the wolf

Melhor curta-metragem

At night
Il supplente
Le Mozart des pickpockets
Tanghi argentini
The tonto woman

Melhor efeito especial
A bússola de ouro
Piratas do Caribe – no fim do mundo
Transformers

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Por falar em indicações...



Já está completa a lista de filmes que concorrerão ao Urso de Ouro no Festival de Berlim, entre os dias 7 e 17 de fevereiro. Tropa de Elite está no páreo!!





Confiram:

Avaze Gonjeshk-ha (The Song of Sparrows), de Majid Majidi (Irã)
Ballast, de Lance Hammer (Estados Unidos)
Bam gua Nat (Night and Day), de Hong Sangsoo (Coréia do Sul)
Caos calmo (Quiet Chaos), de Antonello Grimaldi (Itália)
Elegy, de Isabel Coixet (Estados Unidos)
Feuerherz (Heart of Fire), de Luigi Falorni (Alemanha/Áustria)
Gardens of the Night, de Damian Harris (Reino Unido/Estados Unidos)
Happy-Go-Lucky, de Mike Leigh (Reino Unido)
Il y a longtemps que je t’aime (I’ve Loved You So Long), de Philippe Claudel (França/Alemanha) Julia, de Erick Zonca (França)
Kabei (Kabei – Our Mother), de Yoji Yamada (Japão)
Kirschblüten - Hanami, de Doris Dörrie (Alemanha)
Lady Jane, de Robert Guédiguian (França)
Lake Tahoe, de Fernando Eimbcke (México)
Musta Jaä (Black Ice), de Petri Kotwica (Finlândia/Alemanha)
Restless, de Amos Kollek (Israel/Alemanha/Canadá/França/Bélgica)
S.O.P. Standard Operating Procedure, de Errol Morris (Estados Unidos)
Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson (Estados Unidos)
Sparrow, de Johnnie To (Hong Kong/China)
Tropa de Elite, de José Padilha (Brasil)
Zuo You (In Love We Trust), de Wang Xiaoshuai (China)

Amanhã é dia de indicações ao Oscar...

E olha só como "O Ano" está em alta nos States...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Eu Sou a Lenda


Infelizmente, eu não poderei dar nota para este filme, e nem mesmo aprofundar minha análise sobre a obra. Isso simplesmente porque eu não passei da metade do filme. Deixei a sala de cinema após cinquenta minutos de projeção. Porque o filme era muito ruim? Não. Pelo contrário, acho que ele cumpriu muito bem seu papel de gerar suspense. O problema é comigo mesma. Tenho que confessar que morro de medo de filmes de terror e de suspense que provocam muito sustos nos espectadoes. Se tiver montros, vampiros, zumbis ou qualquer outra criatura medonha aí é pior ainda. E este já tinha me feito fechar os olhos e quase gritar de susto umas cinco vezes até a parte assisti. Saí da sala num momento de extrema tensão do filme. Mas fiquei muito curiosa pra saber o que ia acontecer com o protagonista, como ele ia se livrar da situação difícil em que se encontrava e como terminaria o filme. Essa curiosidade, meu namorado, que assistiu até o final, me saciou.

De qualquer forma, vou falar um pouco sobre o que vi. O filme se baseia numa história sobre a descoberta de um vírus que curaria o câncer, mas que acabou por tranformar humanos em mortos-vivos. O vírus se espalhou por todo o planeta, e, a princípio, o único sobrevivente foi o cientista Robert Neville, interpretado por Will Smith. Ele passa os dias buscando novos sobreviventes, tentando descobrir a cura para a doença, e se defendendo dos mutantes.

O desenvolvimento do filme é muito bom, intercalando cenas da rotina atual do cientista e mostrando cenas que explicam o que aconteceu até aquele momento. A tensão (nem me lembre...) é constante e os “monstros” vão sendo revelados aos poucos.

Will Smith está realmente aprimorando seu talento a cada filme. Ele está muito bem como o sobrevivente Neville. Na maior parte do tempo, ele está sozinho em cena, com a companhia apenas do seu cão, e consegue carregar muito bem a trama. Grande prova de seu talento. Alice Braga eu não cheguei a ver na tela....

A cenografia é nota dez. São impressionantes as imagens de uma Nova York deserta. Para uma cidade que está sempre movimentadíssima, não importa a hora do dia, vê-la totalmente parada e abandonda foi fascinante.

Por enquanto isso é tudo. Quando o filme for lançado em DVD, vou tentar assiti-lo por inteiro, mas, desta vez, de dia, com as cortinas todas abertas e com um monte de parentes e amigos à minha volta. Aí quem sabe eu não chego ao final?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Estréias do dia 18/01


O Caçador de Pipas promete, Eu Sou a Lenda também, embora menos. Dos outros dois filmes eu nunca nem ouvi falar. Os Seis Signos da Luz parece ser horroroso. Já Unidos pelo Sangue conta com um bom elenco.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O Brasil mais perto do Oscar

O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, do diretor Cao Hamburger está na lista do 9 filmes pré-selecionados para uma vaga na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O mais surpreendente é que os até então favoritos, como o romeno 4 meses, 3 semanas e 2 dias, a animação francesa Persépolis e o espanhol O Orfanato não foram selecionados. As chances do Brasil sair com a estatueta aumentaram muito com isso...

No próximo dia 22, serão anunciados os 5 finalistas para a categoria.

Eu estou torcendo muito por esse doce filme brasileiro...

Abaixo a lista completa dos 9 filmes pré-selecionados pela Academia.

“The counterfeiters”, de Stefan Ruzowitzky (Áustria)
"O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburger (Brasil)
“Days of darkness”, de Denys Arcand (Canadá)
“Beaufort”, de Joseph Cedar (Israel)
“The unknown”, de Giuseppe Tornatore (Itália)
“Mongol”, de Sergei Bodrov (Cazaquistão)
“Katyn”, de Andrzej Wajda (Polônia)
“12”, de Nikita Mikhalkov (Rússia)
“The trap”, de Srdan Golubovic (Sérvia)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vencedores do Globo de Ouro 2008

Segue abaixo a lista dos vencedores da edição de 2008 do Globo de Ouro. Desejo e Reparação foi o grande vencedor da noite, contrariando as expectativas de que Onde os fracos não têm vez levaria o prêmio principal...


Melhor filme drama
"Desejo e reparação"
Melhor atriz em filme dramático
Julie Christie, "Away from her"
Melhor ator em filme dramático
Daniel Day-Lewis, "Sangue negro"
Melhor filme - musical ou comédia
"Sweeney Todd – O barbeiro demoníaco da rua Fleet"
Melhor atriz em filme musical ou comédia
Marion Cotillard, "Piaf - um hino ao amor"
Melhor ator em filme musical ou comédia
Johnny Depp, "Sweeney Todd - O barbeiro demoníaco da rua Fleet "
Melhor atriz coadjuvante em filme
Cate Blanchett, "Não estou lá"
Melhor ator coadjuvante em filme
Javier Bardem, "Onde os fracos não têm vez"
Melhor filme de língua estrangeira
"O escafandro e a borboleta" (França)
Melhor diretor de longa-metragem
Julian Schnabel, "O escafandro e a borboleta"
Melhor roteiro de longa-metragem
Joel Coen e Ethan Coen, "Onde os fracos não têm vez"
Melhor longa de animação
"Ratatouille"
Melhor trilha sonora original
Dario Marianelli, "Desejo e reparação"
Melhor canção original
"Guaranteed", Eddie Vedder ("Na natureza selvagem")
Melhor série de TV – drama
"Mad men"
Melhor atriz em série dramática
Glenn Close, "Damages"
Melhor ator em série dramática
Jon Hamm, "Mad men"
Melhor série de TV – musical ou comédia
"Extras"
Melhor atriz em série musical ou cômica
Tina Fey, "30 Rock"
Melhor ator em série musical ou cômica
David Duchovny, "Californication"
Melhor minissérie ou filme feito para a TV
"Longford"
Melhor atriz em minissérie ou filme feito para a TV
Queen Latifah, "Life support"
Melhor ator em minissérie ou filme feito para a TV
Jim Broadbent, "Longford"
Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou filme feito para a TV
Samantha Morton, "Longford"
Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou filme feito para a TV
Jeremy Piven, "Entourage"

domingo, 13 de janeiro de 2008

Desejo e Reparação

Este longa dirigido por Joe Wright é uma adaptação da mais famosa obra do escritor inglês Ian McEwan. O livro é excelente, e o filme é uma adaptação bem fiel da história, embora algumas ótimas passagens envolvendo alguns personagens secundários foram sacrificadas. Além disso, Ian McEwan entra fundo na questão que envolve o imaginário e a realidade, e isso fica bastante superficial no longa. Mas é normal que isso aconteça em adaptações, já que o tempo da projeção é curto demais para explorar todos os detalhes.

Da janela da mansão onde mora, Briony (Saoirse Ronan), de 13 anos, assite a uma estranha e erótica cena envolvendo sua irmã Cecilia (Keira Knightley) e Robbie (James McAvoy), o filho da empregada. Sem saber o contexto da situação e abusando do sua fértil imaginação de escritora, Briony tira suas próprias conclusões sobre a cena à qual assiste de longe. Outros fatos ainda mais chocantes que acontecem durante o dia envolvendo o casal e outros hóspedes da casa, levam Briony a fazer uma injusta acusação, que mudará para pior a vida de todos os presentes na casa aquele dia.

A primeira metade do filme é focada nos acontecimentos na mansão no dia da chegada do irmão de Cecilia e Briony. A partir da segunda metade da projeção, o filme vai se tornando cada vez mais triste e mais frio em sua fotografia. Os personagens enfrentam os horrores da Segunda Guerra Mundial e problemas emocionais em decorrência do ato inconsequente de Briony.

O filme é muito bem ambientado na década de 40. Os figurinos e os cenários são ótimos. Keira Knightley, que já trabalhou com Joe Wright em Orgulho e Preconceito, tem uma boa atuação no papel da decidida Cecilia, assim como James McAvoy também acerta o tom de seu personagem, que passa por várias fases ao longo a história. Merece destaque a cena (muito bem recortada) em que McAvoy escreve uma carta para Cecilia. A jovem Saoirse Ronan, que interpreta Briony aos treze anos, também está perfeita no papel de uma garota de gênio forte. Já Romola Garai, que vive Briony no final da adolescência, atua de forma engessada e sem vida, distanciando-se muito da personalidade forte da personagem. Em compensação, Vanessa Redgrave dá um show em sua curta participação no filme. Ela é responsável por interpretar Briony na velhice e encerrar o filme, e realiza com méritos essa função, demonstrando a emoção verdadeira e contida de Briony ao assumir publicamente sua culpa e revelar sua forma de se desculpar por seu erro irreparável. De todos os atores do filme, Vanessa Redgrave é a que mais merece ser indicada a prêmios.

A trilha sonora do filme é bastante original. Em vários momentos ela reproduz o barulho produzido por uma antiga máquina de escrever, como se a história que está sendo contada estivesse sendo datilografada naquele momento. E de fato está. Apenas no final percebemos que toda a história é narrada do ponto de vista de Briony, o que torna o desfecho, de certa forma, surpreendente.

Ao contrário do romance de Ian McEwan, o filme não chega a ser uma obra-prima, mas conta com um bom roteiro e uma produção impecável.

Nota 8/10

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Filmes em DVD - Dezembro

Infância Roubada

Filme sulafricano vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2005. O título tem um duplo sentido na história: um jovem deliquente (Tsotsi), cuja infância traumatizante o levou à vida criminosa, sequestra sem querer um bebê. Ao cuidar da criança, Tsotsi relembra seu passado, seus traumas e suas atitudes recentes, levando-o a refletir sobre sua atual condição e mudar para melhor o seu comportamento.
Muito bom filme sobre a exclusão social, explicitando os contrastes em uma sociedade marcada pela desigualdade social. O problemas se assemelham muito aos que temos no Brasil, mas o filme está longe de poder ser comparado ao Cidade de Deus, que é infinitamente superior em roteiro, criatividade e técnicas cinematográficas.

Nota 8

Quebra de Confiança

Mais um filme sobre agentes do FBI. Nessa trama, um agente iniciante (Ryan Phillippe) é designado para espionar um já experiente (Chris Cooper), suspeito de fornecer informações aos soviéticos. A atuação dos dois atores é bem convincente, e consegue transmitir bem a tensão existente nessa relação, que envolve sentimentos de confiança, respeito, admiração e decepção. No entanto, Hollywood não poderia deixar de inserir aqueles batidos draminhas familiares que envolvem a vida dos agentes e que tornam o final da história previsível.

Nota 7


Nação Fast Food

Esperava mais deste filme. O principal assunto tratado (a qualidade do produto vendido nos fast-foods ) é de interesse de todo mundo, mas foi pouco explorado, servindo mais como pano de fundo para a questão da imigração clandestina e exploração do trabalho destes imigrantes. Mas o que realmente me irritou foi o fato de Avril Lavigne ter merecido mais destaque na publicidade em torno do filme do que Catalina Sandino Moreno, que é uma excelente atriz, e cujo personagem apresenta uma trajetória importante no roteiro. Lavigne mal aparece em duas cenas, dando uma de ativista. Para um filme que propõe uma denúncia, esse tipo de atitude compromete sua credibilidade.

Nota 6


Uma Verdade Incoveniente

Documentário bem feito sobre causas, evolução e consequências do aquecimento global. Al Gore, demonstrando experiência e competência, faz uma ótima explanação sobre o assunto. O documentário também passa pela trajetória política de Al Gore, que aproveita para criticar o governo dos Estados Unidos, que pouco parace se preocupar com as questões ambientais do planeta. Valeu o Oscar de melhor documentário e melhor canção original em 2006.

Nota 8


Cartola - Música para os Olhos

Documentário sobre a vida e carreira de um dos maiores compositores de samba de todos os tempos. A vida simples de Cartola, cheia de altos e baixos, é docemente retratada neste filme. Entretanto, a sequência dos fatos é prejudicada pela edição um pouco confusa, principalmente na primeira metade da projeção. Para quem gosta de música brasileira, e quer saber mais sobre a história do samba no Rio de Janeiro, esse documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda é uma boa pedida.

Nota 7

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Melhores e Piores de 2007

Aí vão meus favoritos de 2007 e, logo abaixo, os que eu considero os piores lançamentos do ano passado. Os filmes selecionados estão entre aqueles que foram lançados comercialmente no Brasil em 2007.

10 +

1- Pecados Íntimos
2- Tropa de Elite
3- Ratatouille
4- O Cheiro do Ralo
5- Ultimato Bourne
6- Babel
7- Mais Estranho que a Ficção
8- A Culpa é do Fidel
9- Nome de Família
10- Saneamento Básico, o filme

10-

1- Número 23
2- Letra e Música
3- Premonições
4- Motoqueiro Fantasma
5- Transformers
6- Amantes Constantes
7- Império dos Sonhos
8- Bobby
9- Hollywoodland
10- Piratas do Caribe - No Fim do Mundo


Aproveito para destacar que, para o cinema nacional, 2007 foi um triunfo. Assiti a filmes excelentes, como Jogo de Cena, Tropa de Elite (filmaço), o divertidíssimo Saneamento Básico, o extrordinário Cheiro do Ralo, o belo Não por Acaso, o triste Mutum, o musical Antônia, e o interessantíssimo Batismo de Sangue. Além disso, entramos na disputa pela indicação ao Oscar com O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias. Espero que tenhamos uma produção tão boa assim em 2008 também.