segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O Banheiro do Papa


A proximidade da visita do Papa João Paulo II à Melo, pequena e pobre cidade uruguaia próxima à fronteira com o Brasil, traz esperanças de bons negócios para seus habitantes, que se preparam para armar barraquinhas de venda de comidas e lembranças. Beto (César Trancoso) a princípio não planejava fazer nada, mas impulsionado pelo otimismo dos amigos e pela exagerada cobertura jornalística do evento, decide construir no terreiro de sua casa um banheiro para alugar à multidão de visitantes que era esperada para o discurso do Papa.

O filme evolui de maneira bem regular e tradicional, primeiro mostrando o cotidiano de Beto (seu arriscado trabalho de transportador de mercadorias entre as fronteiras, sua família, seus amigos, sua cidade e seus sonhos), depois sua luta para conseguir o dinheiro pra construiur o banheiro, e no último ato um desfecho que, ainda que previsível, não deixa de ser tenso e tocante.
Acompanhando os esforços de Beto para levar adiante seus planos, o filme encontra espaço para explorar a relação que esse mantém com sua família. Carmen, sua mulher, muito bem interpretada por Virginia Mendez, representa o lado realista da relação. É uma mulher forte e trabalhadora, sem muitas vaidades e de uma certa forma conformada com a vida dura, sonhando apenas com uma sorte melhor para sua filha, Sílvia (Virginia Ruiz), que deseja estudar para ser radialista. Já Beto é sonhador, se acha muito inteligente e busca sempre idéias novas para conseguir melhorar de vida. Embora possuam personalidades muito distintas, o amor está sempre presente e todas as dificuldades só serviram para unir mais essa família.
O Banheiro do Papa é o filme de estréia de César Charlone e Enrique Fernández (que também escreveram o roteiro) na direção de longa-metragens. Eles apostaram em uma bela fotografia, cenários e situações muito realistas e um tema bem interessante.

Nota 7/10

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