quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Incrível Hulk



É, dá pra perceber que o novo Hulk está bem melhor que o anterior, mas mesmo assim... ainda dá pra melhorar bastante.


Dessa vez, Bruce Banner está escondido numa favela do Rio de Janeiro enquanto tenta descobrir, com ajuda do Dr. Azul, a cura para o mal que o transforma em um monstro verde toda vez que fica muito estressado. Quando ele é descoberto, as autoridades militares dos EUA invadem a favela à sua procura. Bruce escapa novamente e volta aos EUA, com objetivo de testar um antídoto desenvolvido pelo Dr. Azul que eliminaria a radiação de seu corpo. Além de ter que lutar contra o general Ross, que quer transformar seus poderes em arma, Bruce ainda tem que enfrentar o Abominável (Tim Roth), um combatente do exército que contamina o próprio corpo para adquirir poderes parecidos com os dele.


A primeira parte do filme, rodada na favela da Rocinha, com certeza é a pior. As cenas são previsíveis, clichês, mal feitas (salvo as imagens da favela, que ficaram ótimas) e nada convincentes. Exemplo: na fábrica onde trabalha, Bruce acaba se envolvendo em uma briga com marginais para proteger uma linda funcionária que eles estavam ameaçando. Os atores são péssimos e os personagens totalmente caricatos. Depois vem a cena dos agentes americanos invadindo a Rocinha atrás de Bruce. Mas como?? Como eles conseguiram subir o morro a bel prazer e ainda se virar tão bem por lá, como se conhecessem aquele emaranhado de casas e becos como a palma da mão? Será que estou querendo realidade demais para um filme de super-herói? Talvez... mas o fato é que essa primeira parte do filme acaba não convencendo, e se não convence, como posso apreciar? Também não entendi o retorno fácil do herói para os EUA, uma vez que ele é perseguido e vigiado por todo o setor de inteligência americana.


A história melhora quando Bruce vai, com ajuda da sua amada Betty Ross (Liv Tyler), ao encontro do Sr. Azul. As cenas aí se tornam mais interessantes e mais encadeadas, gerando uma boa seqüência de ação no terceiro ato.


Não posso deixar de ressaltar o mérito da atuação de Edward Norton e Tim Roth. O primeiro consegue caracterizar muito bem o protagonista da história, deixando claro o quanto aqueles poderes lhe fazem mal. Chega a ser comovente o período de depressão pelo qual ele passa quando retorna à condição de humano, depois de agir como monstro. Tim Roth, mesmo não tendo tempo na trama para desenvolver seu personagem, se sai muito bem com uma interpretação intensa o necessário para compreendermos sua ambição por força e poder.


Em filmes de super-heróis os efeitos especiais são quase sempre um show à parte, e Hulk não fica atrás. O próprio Hulk ficou muito real na telona. Quando mais calmo, ele reproduz os gestos e expressões de Bruce, o que diminui o distanciamento entre os dois, ficando mais fácil acreditar que eles são apenas um.


Outra coisa legal no filme é a interface com outras histórias da Marvel, especialmente com o Homem de Ferro, com direito a ponta de Tony Stark e a promessa implícita de um filme com vários heróis da Marvel.


Mas o enredo deixa a desejar. A história não é muito criativa e nem muito interessante. Não oferece surpresas. De qualquer forma, esse Hulk já evoluiu bastante em relação ao de 2003, e eu fico na torcida de que o próximo possa merecer uma nota melhor.

Nota 6/10.

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