sábado, 12 de abril de 2008

Persépolis

Essa maravilhosa animação da escritora Marjane Satrapi é baseada em seus quadrinhos autobiográficos. É ela quem assina, junto a Vincent Paronnaud, o roteiro e a direção.

O filme conta a história recente do Irã (a partir da década de 70), apoiado na trajetória de Marjane, uma menina iraniana nascida em uma família que é contra o regime ditador do xá, a Nova República Islâmica e a rigidez cultural imposta no país. Desde pequena, Marjane adora escutar sobre a história do Irã, e revela um precoce amadurecimento político, mas de forma bem leve. Marjane é muito alegre e divertida na sua infância, traços que irá perder quando o regime se tornar extremamente limitador, a ponto de seus pais a mandarem para fora do país.

Longe de casa e dos pais, Marjane passa por novas experiências, algumas boas, e outras bem ruins. Apesar de poder ter livre acesso a tudo que a cultura ocidental oferece, e que de certa forma a fascina, Marjane não consegue se adaptar bem, e acaba voltando para o seu país. Além de ter voltado diferente depois de todas as experiências por que passou na Europa, Marjane ainda encontra um Irã bem diferente daquele que deixou três anos antes, e isso faz com que ela se sinta estrangeira também em sua pátria.

O longa nos apresenta uma história muito realista, não só pelo caráter histórico, mas pelas experiências vividas pela protagonista, que são contadas de forma muito inteligente, surpreendente e divertida. É hilária a cena em que descobrimos que, enquanto apaixonada, ela tinha uma visão totalmente idealizada do seu namorado. E é o acontece na realidade...

Em preto e branco, essa animação apresenta um lindo trabalho artístico, com personagens expressivos e cenários simples, o suficiente para garantir uma perfeita contextualização da história. Os planos são alternados de maneira bastante eficiente, conferindo grande dinamismo às cenas.

Os personagens criados são marcantes por possuírem forte personalidade, uma vasta cultura e visão política.

É um filme que diverte, ensina e faz bonito na telona.

Nota 10!

Um comentário:

Anônimo disse...
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