domingo, 2 de março de 2008

Jogos do Poder

Charlie Wilson (Tom Hanks) é um congressista americano no período da Guerra Fria. Após conhecer a miserável situação dos afegãos que vivem na fronteira entre Paquistão e Afeganistão e que lutam com ampla desvantagem contra o comunismo soviético, Charlie passa a dedicar seu trabalho a arrecadar fundos do governo norte-americano para armar os afegãos.

Charlie Wilson até então era um político sem expressão, mas bem relacionado. Com uma vida boa, regada de mordomias, bebidas e lindas mulheres, Charlie concentrava seus esforços em campanhas de reeleição para manter-se no cargo, o que fazia com sucesso. Representa bem a postura americana durante a Guerra Fria. Enquanto milhares de pessoas (fora dos EUA, é claro...) morriam massacradas pelo exército soviético, os Estados Unidos apenas mantinha a guerra fria, fornecendo uma ajuda mínima para esses países que pagavam com a vida de seus cidadãos o preço da guerra entre comunistas e capitalistas.

Primeiramente é a rica, elegante e liberal Joanne Herring (Julia Roberts), uma socialite empenhada na causa Afegã, que faz Charles conhecer a situação real do Afeganistão. Sem entender muito bem a posição do governo americano quanto a essa questão, Charlie recebe o apoio do agente da CIA Gust Avrakotos (Philip Seymour Hoffman). Este é outro que o pressiona a abraçar a causa. Daí em diante, o que vemos é o amadurecimento político do congressista, que, manipulando muito bem seus contatos americanos e estrangeiros, parte de uma verba inicial do governo de cinco milhões de dólares e consegue chegar à quantia de um bilhão de dólares para investir em armas para afegãos e paquistãos.

O filme funciona bem como crítica à ação dos Estados Unidos durante e após a guerra, quando resiste em ajudar a reconstruir os países que lutaram contra os russos. Por outro lado, a história não é bem conduzida.

Boa parte do filme é concentrada na construção do personagem de Tom Hanks, mas o resultado não é convincente. Apesar de sua luta por uma boa causa, o personagem não consegue comover, de forma que soa bastante falsa a cena em que ele recebe a homenagem. Aliás, essa se torna uma típica cena para exaltar um herói americano, com os outros personagens aplaudindo emocionados ao grande salvador do mundo.

As cenas no acampamento de refugiados afegãos foram muito pobres e mal feitas. Muito difícil de acreditar no que estava sendo mostrado, parecia tudo cenário mesmo e com atores de quinta. As cenas que mostram afegãos acertando helicópteros russos então, nem se fala...

Apesar da boa e relevante trama política, o filme deixa a desejar em aspectos técnicos.

Nota 7/10.

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei um filme digno de DVD. Nada demais para um cinema!